Estado de emergência da gripe aviária derruba ações da BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e frigoríficos no Ibovespa hoje
As ações da BRF (BRFS3) e da Marfrig (MRFG3) fecharam em queda no Ibovespa hoje desta terça (23). O movimento ocorre após o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmar a declaração do estado de emergência zoossanitária em todo o País por 180 dias devido à confirmação de casos de gripe aviária em aves silvestres.
No fechamento do Ibovespa hoje, as ações da BRF caíram 4,91%, ao preço de R$ 7,75. Os papéis da Marfrig também foram à lona, com queda de 5,18%, a R$ 6,59. A Minerva (BEEF3) também cedeu: 1,26%, a R$ 10,16.
Acompanhando esse movimento negativo, as ações da JBS (JBSS3) recuaram 0,93% (R$ 16,98).
Gripe aviária no Brasil
Na noite de segunda (22), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária com a detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) – H5N1 – em aves silvestres no Brasil.
“A declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais – nas três instâncias: federal, estadual e municipal – e não governamentais. Todo esse processo é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiros e materiais tecnológicos necessários para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença”, explicou o ministro em comunicado à imprensa.
Na tarde de segunda, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP) confirmou três novos casos positivos para influenza aviária (H5N1) no estado de Espírito Santo, que estavam em investigações desde a semana passada.
Até agora, são oito casos confirmados em aves silvestres, sendo sete no estado do Espírito Santo (três ainda aguardando o sequenciamento), nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares e Itapemirim, e um caso no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra. As aves são das espécies Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando), Sula leucogaster (atobá-pardo) e Thalasseus maximus (trinta-réis real).
ABPA se manifesta sobre estado de emergência por gripe aviária
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nota sobre o estado de emergência devido aos casos de gripe aviária. Segundo a entidade, a portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária aborda “medida já prevista e amplamente discutida pelo ministério com o setor produtivo”.
Para a ABPA, o único propósito da portaria é a “desburocratização de processos para ganhar maior agilidade nas ações de monitoramento e eventuais necessidades de ações de mitigação”.
A entidade que representa o setor produtor e exportador de carnes de frango e suína destaca, ainda, que se trata de uma medida “de antecipação, que busca dar celeridade às respostas de ação por meio da integração do ministério com órgãos estaduais e liberação de recursos, entre outros”.
Para a ABPA, a decisão tomada após os casos de gripe aviária “reforça a transparência e o papel estratégico de liderança do Ministério da Agricultura neste processo que, até aqui, se restringe ao monitoramento de ocorrências em aves silvestres no território nacional”, diz, e completa: “não há mudanças no status brasileiro de livre da enfermidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), exatamente por não haver qualquer registro da enfermidade na produção comercial”.
Com informações do Estadão Conteúdo e Assessoria de Comunicação do Ministério da Agricultura e Pecuária