‘Corte na gasolina explica queda nas projeções do IPCA’, analisa economista da Suno
Em uma das quedas mais drásticas, as projeções do mercado financeiro para o IPCA passaram de mais de 6% para 5,8%, conforme o Boletim Focus mais recente.
O corte na gasolina, feito na semana anterior, é suficiente para explicar a redução substancial das expectativas do IPCA para 2023, conforme explica o Economista-Chefe da Suno Research, Gustavo Sung.
“O IPCA é composto por preços livres e administrados, e nessa composição aqui do Boletim Focus notamos que o IPCA de administrados saiu de 10,53% para 9,50%, e isso ajudou a inflação ‘cheia’ a cair. O principal motivo para a queda das expectativas de inflação é o corte da gasolina e do diesel pela Petrobras (PETR4), pois foi um corte de mais de 12%”, analisa.
Segundo o especialista, o corte de R$ 0,40 na gasolina repassada às refinarias deve chegar menor na bomba, para o consumidor, mas dará um alívio relevante para a inflação.
“Para 2024, não há grandes alterações, e importante que 2025 e 2026 terá estabilidade nas projeções de inflação durante oito semanas. São projeções acima da meta, mas o importante é que elas não voltaram a subir”, aponta o Economista-Chefe da Suno, sobre as projeções de inflação para os próximos anos.
Prévia do IPCA, o IPCA-15 será divulgado nesta semana, na quinta-feira (25), às 10h. As expectativas do consenso de mercado é de uma alta de 0,64% no indicador.
Além do IPCA, PIB chama atenção no Focus
Além das projeções de inflação, a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) teve uma alteração substancial no Focus.
A projeção saiu de 1,02% na semana anterior para 1,20%.
“Esse crescimento vem em função dos melhores resultados de atividade econômica neste primeiro trimestre versus os dados de serviços, comércio e agro. São dados melhores do que o esperado, mostrando otimismo no Focus”, explica Sung.
Como o IPCA e o PIB, a variação das projeções do dólar, que caiu de R$ 5,20 para R$ 5,15, chama atenção. A mudança, segundo Sung, pode ser explicada pela oscilação recente do câmbio, ainda que para 2023 a “tendência seja de enfraquecimento da moeda brasileira ante o dólar”, dado que a projeção fica acima da cotação atual.