Febraban afirma que ‘só aumentar a concorrência entre bancos não basta’

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou nesta quarta-feira (9) que os bancos são inteiramente a favor do aumento da concorrência no setor. Entretanto, Portugal salientou que somente a concorrência não é o suficiente para diminuir as taxas de juros cobradas do cliente final.

As declarações do presidente da Febraban foram feitas durante o seminário promovido pelos jornais “Valor Econômico” e “O Globo”, “Precisamos falar sobre juros”.

Para exemplificar, o executivo citou o imposto sobre operações financeiras (IOF) como um aspecto que não é modificado pela maior ou menor concorrência entre as instituições financeiras. Segundo Portugal, a cada R$ 100 gastos com juros pelos clientes, somente R$ 9 permanece com os bancos.

O presidente da Febraban salientou que o setor bancário é produtivo e que a soma da poupança do brasileiros é utilizada para o financiamento de projetos que apresentem um retorno mais vantajoso. “O Brasil é um dos poucos países no mundo a tributar indiretamente a intermediação financeira”, afirmou Portugal.

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Para finalizar o executivo disse que os bancos precisam aumentar ainda mais a produtividade, e destacou também que mudanças no sistema judicial e alterações regulatórias são necessária para o brasileiro.

Caixa reduz juros do crédito

A Caixa Econômica Federal realizou fortes cortes nos juros cobrados em cheque especial e de crédito pessoal sem consignação. No entanto, os concorrentes no varejo mantiveram as suas taxas praticamente estáticas.

De acordo com dados do Banco Central (BC), a Caixa reduziu os juros médios na opção de cheque especial na seguinte proporção:

  • Empréstimos para Pessoa Física: de 289% a.a. para 194% a.a.
  • Empréstimos para Pessoa Jurídica: de 353% a.a. para 217% a.a.

O banco estatal ainda pretende reduzir ainda mais as taxas nos próximos três anos, podendo fazer com que os juros cheguem próximo de 60% ao ano.

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Já os outros quatro grandes bancos de varejo do País mantiveram suas taxas superiores a 300% ao ano. A taxa pode variar de acordo com oscilações no perfil de risco e de relacionamento dos clientes que acessam essas linhas. São os bancos:

  • Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4)
  • Banco do Brasil (BBAS3)
  • Bradesco (BBDC3; BBDC4)
  • Santander (SANB3; SANB4)

Portugal fala sobre juros

O presidente da Febraban afirmou que a lucratividade dos bancos brasileiros é parecida com a dos bancos de outros países emergentes. Os juros, no caso, de acordo com Portugal, servem para cobrir a inadimplência e as despesas operacionais. “A queda dos juros na ponta já começou e precisamos trabalhar para confirmar essa tendencia”, afirmou o executivo.

Juliano Passaro

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