Caixa quer reduzir taxa de administração para continuar gerindo o FGTS

A Caixa Econômica Federal vai apresentar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um plano de redução da sua taxa de administração. O objetivo da estatal é a manutenção do monopólio da gestão Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A Caixa cobra a taxa de 1% para gerir os quase R$ 550 bilhões que possui sob sua custódia do FGTS. A quantia é utilizada para financiar projetos de infraestrutura, saneamento e habitação, invariavelmente com juros mais baixos.

De acordo com o “O Estado de S.Paulo”, uma das propostas é reduzir a taxa de administração para 0,8%. Se em 2018 o banco captou R$ 5,1 bilhões somente com essa taxa, com a nova tarifa seriam R$ 4,08 bilhões recebidos.

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O plano de redução da taxa e inovação tecnológica do FGTS será primeiro apresentado a Guedes, para depois, então, ser aprovado. O objetivo é encaminhar a proposta no mês de novembro ao Conselho Curador do FGTS, o qual reúne representantes do governo, dos trabalhadores e de empregadores.

Caixa procura manter o domínio sobre o FGTS

Pedro Guimarães, presidente da Caixa, conversou na última segunda-feira (7) sobre o assunto com o chefe da pasta econômica. No encontro, Guimarães ouviu de Guedes de que não pensa “em mudar nada agora” para quebrar o monopólio do FGTS.

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Dessa forma, de acordo com assessores do ministro, a Medida Provisória (MP) encaminhada ao Congresso que cria o saque aniversário não instaura a quebra do monopólio.

O presidente Jair Bolsonaro também ressaltou seu apoio à manutenção do monopólio da Caixa na gestão do fundo. Bolsonaro afirmou que, se partir alguma sugestão do tipo no Congresso, ele irá vetar a proposta.

“Se o Congresso decidir quebrar o monopólio da Caixa, eu a vetarei segundo orientação da própria (ministério) Economia”, escreveu o Presidente da República em sua conta pessoal no Facebook.

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Guimarães buscou apoio para manter a gestão do FGTS com o argumento de que, caso o monopólio fosse retirado, as regiões Norte, Nordeste e outras localidades mais longínquas, onde nem todos os bancos privados atuam, teriam custos maiores.  Segundo o banco, cerca de 700 municípios no País só tem a Caixa operando.

Na avaliação da estatal, as demais instituições bancárias, com fim do monopólio, apenas buscarão abrir financiamentos em cidades mais rentáveis, principalmente no Sul e no Sudeste.

Atualmente, o banco consegue, com um taxa única, equilibrar os maiores custos para chegar nos locais de mais difícil acesso. O discurso da Caixa tem sido de que, com a manutenção do monopólio na gestão do fundo, as regiões menos abastadas não irão pagar mais.

A proposta de acabar com o monopólio do FGTS na estatal é defendida por uma parte da equipe econômica.

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“Não dá para um país do tamanho do Brasil contar com um banco só”, afirmou Igor Vilas Boas de Freitas, diretor do departamento do FGTS do Ministério da Economia, área criada no governo vigente.

Segundos os defensores da ideia, os outros bancos poderiam cobrar menos pela administração do FGTS e ainda oferecer maior retorno aos contribuintes com outros tipos de investimento mais rentáveis.

Jader Lazarini

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