CEO do Bradesco (BBDC4) espera acordo ‘razoável’ com Americanas (AMER3) até junho

A expectativa da administração do Bradesco (BBDC4) é de que o banco e os demais credores da Americanas (AMER3) cheguem a um acordo até junho.

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Segundo o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, não deve ser um “ótimo acordo”, mas em um nível “razoável” para as partes envolvidas.

“Entre a última divulgação e esta, tivemos evoluções nas tratativas com a empresa”, disse ele, sem citar a Americanas nominalmente, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre, divulgados na quinta-feira.

Lazari afirmou que os bancos e os demais agentes envolvidos, tanto na ponta dos credores quanto na da empresa, estão discutindo os termos de um acordo. Justamente esse desfecho deve ser “razoável” e não “ótimo”, segundo o presidente do Bradesco.

“Não sabemos o quanto podemos recuperar, gostaríamos de recuperar 100% do que provisionamos”, disse ele.

Os bancos gostariam que o trio de acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, aportasse R$ 12 bilhões na companhia já de cara.

A proposta atual contempla R$ 10 bilhões e uma tranche de R$ 2 bilhões que só seria aportada no futuro, a depender do desempenho da varejista.

Maior credor financeiro da Americanas, o Bradesco provisionou toda a exposição à companhia, de cerca de R$ 4,9 bilhões, no balanço do quarto trimestre do ano passado.

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Números do Bradesco no 1T23

O banco anotou um lucro recorrente de R$ 4,28 bilhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23). O valor representa uma queda de 37,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, em comparação ao quarto trimestre de 2022, o lucro cresceu 168,3%.

O consenso Refinitiv apontava que o lucro líquido do Bradesco seria de R$ 3,596 bilhões no período.

A margem financeira total do Bradesco no 1T23 recuou 2,4% em relação aos três primeiros meses do ano passado, alcançando R$ 16,653 bilhões. A margem com clientes aumentou 7,3%, alcançando R$ 17 bilhões, mas caiu 2,9% em relação ao quarto trimestre de 2022.

Já a margem com mercado do banco ficou negativa em R$ 312 milhões entre os meses de janeiro e março de 2023.

A carteira de crédito do Bradesco fechou o trimestre em R$ 879,28 bilhões. O retorno sobre patrimônio (ROAE) do banco ficou em 10,6% no trimestre.

As provisões para empréstimos inadimplentes (PDD) caíram 36% em relação ao quarto trimestre de 2022, quando o banco optou por provisionar o total de seus créditos com a Americanas.

Entretanto, a PDD expandida do trimestre ficou em R$ 9,517 bilhões, um aumento de 96,8% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Analistas da XP destacaram o resultado como “desanimador” e viram uma deterioração na qualidade de crédito. A recomendação da casa é neutra para os papéis BBDC4, com preço-alvo de R$ 18.

“O Bradesco reportou um lucro líquido de R$4,3 bilhões no 1T23, o que representa um aumento de +16% em relação à nossa estimativa e ao consenso do mercado. No entanto, consideramos que o desempenho geral do banco no trimestre foi fraco. A pressão sobre as provisões, o aumento dos NPLs em 80 pontos-base sequencialmente e a redução do índice de cobertura foram os principais fatores que contribuíram para essa fraqueza”, afirma os analistas.

“O lucro líquido do Bradesco foi impactado positivamente pela menor alíquota efetiva de Imposto de Renda. Do lado positivo, o NII com o mercado melhorou e o segmento de seguros manteve seu momento positivo. No lado do portfólio de crédito, o ritmo de crescimento desacelerou e encerrou o trimestre abaixo do guidance para 2023″, acrescentam.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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