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Suno Notícias

30 de abril, 2023

1º de maio: CLT completa 80 anos com retrocessos

Uma das normas mais conhecidas e longevas do Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) completa 80 anos nesta segunda-feira (1º).

A norma foi assinada por Getúlio Vargas em 1º de maio de 1943. Por isso, a CLT (Decreto-Lei 5.452) foi um dos primeiros instrumentos de inclusão social do Brasil.

A CLT surpreendeu por resistir à mudança dos tempos. No início quase exclusiva para os operários da indústria, aumentou seu alcance com o passar do tempo até englobar todo tipo de trabalhador.

A bonança dos trabalhadores no campo das leis logo mudaria. Especialistas ouvidos pela Agência Senado avaliam que, hoje, a octogenária CLT vive o pior momento de sua história, com vários retrocessos.

O novo cenário se deve não só aos fenômenos da “uberização” e da “pejotização” e ao crescente número de brasileiros que sobrevivem fazendo “bicos”.

Mas também à ampla reforma trabalhista levada a cabo em 2017, pelo governo Michel Temer.

A reforma trabalhista (Lei 13.467) estabeleceu que os acordos coletivos agora têm liberdade para prever condições de serviço que antes eram inaceitáveis por lei.

Como, por exemplo, em relação a pontos como jornada de trabalho, banco de horas, intervalo de alimentação e até grau de insalubridade do ambiente.

Outra mudança foi a criação da figura do trabalho intermitente, em que o trabalhador pode ficar permanentemente à disposição do patrão para serviços que só aparecerão ocasionalmente.

A reforma trabalhista ainda determinou que a reparação por dano extrapatrimonial (dano moral) agora seja proporcional à remuneração do trabalhador.

Quanto mais baixo for o salário, menor será a indenização a ser desembolsada pelo patrão condenado.

Antes da reforma trabalhista, foi aprovada a Lei da Terceirização (Lei 13.429), que permite que todas as atividades de uma empresa sejam terceirizadas.