CPI das Americanas (AMER3) avança na Câmara; deputados querem investigar suspeita de fraude

Em meio ao escândalo contábil e ao processo de recuperação judicial da Americanas (AMER3), o caso ganha um novo capítulo em Brasília. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), realizou na quarta (26) a leitura do ato de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as suspeitas de fraude na varejista.

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A CPI da Americanas terá 27 deputados titulares e o mesmo número de suplentes. Após a indicação dos integrantes pelos líderes partidários, Lira determinará a instalação dos colegiados.

Além da comissão focada na crise na Americanas, a Câmara também abrirá outras duas frentes de investigação: uma focada na manipulação em resultados de jogos de futebol e outra com o objetivo de investigar o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).

As CPIs têm poderes de investigação semelhantes às autoridades judiciais. Pode convocar autoridades, requisitar documentos e quebrar sigilos pelo voto da maioria dos integrantes.

Recentemente, Lira afirmou que as comissões não vão mudar a rotina de votações na Câmara: “A CPI é um instrumento geralmente de minorias. Se ela acontecer, que ela aconteça, mas o que nós vamos prezar é pela continuidade da pauta”.

Procurada pelo Suno Notícias, a varejista disse que encontra-se à disposição das autoridades para responder quaisquer questionamentos sobre o tema. Confira o posicionamento na íntegra:

A Americanas está sempre à disposição para responder a quaisquer questionamentos, sendo a maior interessada no esclarecimento dos fatos. A companhia reforça que, desde o Fato Relevante publicado em 11 de janeiro de 2023, várias medidas foram implementadas, incluindo a instauração de um comitê independente para apurar as circunstâncias que levaram ao fato e o afastamento dos diretores estatutários.

A Americanas está ainda colaborando com todas as investigações que têm sido realizadas, tanto pela Comissão de Valores Mobiliários como outras autoridades e órgãos competentes e segue com seu compromisso de manter o mercado informado a respeito dos desdobramentos do caso relatado.

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Recuperação judicial da Americanas

A varejista está em recuperação judicial com débitos que ultrapassam a casa dos R$ 40 bilhões. A crise contábil na Americanas explodiu no começo do ano, quando Sérgio Rial, então CEO da varejista, revelou ter encontrado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.

Em uma audiência no Senado Federal no mês passado, o atual CEO da varejista, Leonardo Coelho Pereira, disse que o plano de recuperação judicial da Americanas é “muito melhor” que o de outras empresas do varejo que já passaram por situação parecida.

“Mencionei que o plano da Americanas é melhor que o da média do varejo, e a razão para isso é que ele partiu, logo do começo, com uma estrutura de liquidez de mais ou menos R$ 1 bilhão, com mais duas possíveis transferências de R$ 500 milhões, que tem ajudado a Americanas a passar por essa fase mais crítica”, detalhou Pereira em alusão ao empréstimo DIP feito pelos acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.

Com informações da Agência Câmara de Notícias e Agência Brasil

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Erick Matheus Nery

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