Bolsonaro ressalta soberania brasileira em discurso de abertura na ONU
O presidente Jair Bolsonaro discursou nesta terça-feira (24) na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.
Trata-se da primeira vez de Jair Bolsonaro como mandatário do País a discursar na reunião. O objetivo principal da reunião da ONU é que os principais líderes discursem sobre seus países e temas importantes a nível da comunidade internacional.
O Brasil, tradicionalmente, desde 1949, é o primeiro a realizar o pronunciamento. Em seu discurso, além de negara devastação da Amazônia, Bolsonaro falou sobre o indígenas, Cuba, Venezuela e França.
Discurso de Bolsonaro na ONU
As declarações do presidente aconteceram logo após a crise das queimadas na Amazônia, no mês passado, duramente criticadas por alguns países da Europa, como Noruega e França.
“É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a Amazônia, a nossa floresta, é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado, a nossa soberania”, disse Bolsonaro.
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O presidente ressaltou que o Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade e criticou aquilo que chamou de “ataques sensacionalistas” parte da imprensa em relação à Amazônia.
Bolsonaro também disse que tem o “compromisso solene” com a proteção da região amazônica que, segundo ele, é maior que toda a Europa Ocidental.
Terras indígenas
“Quero deixar claro: O Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de estado gostariam que acontecesse”, disse o presidente quanto tocou no assunto dos indígenas no País.
O presidente ressaltou que a “visão de um líder” não pode refletir a vontade de todos os indígenas.
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Bolsonaro disse que pessoas de dentro de fora do Brasil, apoiadas por organizações não-governamentais (ONGs), “teimam em tratar e manter” os índios do Brasil “como verdadeiros homens das cavernas”.
Foi defendida pelo presidente brasileiro uma “nova política indigenista” no País, com o objetivo de buscar uma “autonomia econômica” dos indígenas.
“O ambientalismo radical e o indigenismo ultrapassado e fora de sintonia com o que querem os povos indígenas representam o atraso, a marginalização e a completa ausência de cidadania”, disse.
Críticas ao socialismo
“Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade, ataques ininterruptos dos valores religiosos que marcam nossa tradição”, afirmou Bolsonaro.
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O mandatário também comentou sobre a saída de Cuba do programa Mais Médicos, ainda antes dele assumir o posto.
Segundo ele, “deixamos de contribuir com a ditadura cubana, não mais enviando para Havana US$ 300 milhões por ano”.
Bolsonaro também se pronunciou sobre a situação na Venezuela, dizendo que o país passa pela “crueldade do socialismo” e que o Brasil está sendo impactado por isso, ressaltando a colaboração brasileira com os imigrantes.
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“Dos mais de 4 milhões que fugiram, uma parte está no Brasil. Estamos fazendo nossa parte para ajudar”, afirmou o presidente presente pela primeira vez na ONU.