Investigação de Carlos Ghosn na Nissan pode ter conflitos de interesse, diz jornal

Advogados da Nissan Motor afirmaram que as investigações sobre os ex-presidente do conselho da empresa multinacional japonesa, Carlos Ghosn, pode ter conflitos de interesses que estão criando “um risco e uma exposição desnecessária” para a companhia.

De acordo com informações do “The Wall Street Journal”, os conflitos de interesses seriam entre advogados externos da empresa Latham & Watkins LLP e um executivo da Nissan.

A Latham & Watkins é o escritório de advocacia responsável pela investigação interna da Nissan sobre as supostas irregularidades de Ghosn e outros membro da empresa.

“Acredito que essas questões criem preocupações substantivas e que virão à tona no devido tempo e criarão exposição e risco para a empresa”, disse o conselheiro geral da Nissan, Ravinder Passi.

A Securities and Exchange Comission (SEC) anunciou nesta segunda-feira (23) que a Nissan e o ex-executivo da empresa deverão pagar US$ 16 milhões para reverter a situação. As acusações são sobre relatórios financeiros falsificados. Ghosn teria se envolvido em um esquema para ocultar valores e utilizar fundos da empresa para aumentar seu subsídio de aposentadoria em mais de US$ 50 milhões, segundo informações da Forbes.

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A SEC alega que a Nissan, Carlos Ghosn e Greg Kelly (executivo da Nissan) não divulgaram publicamente US$ 140 milhões em compensação de aposentadoria. Entretanto, Ghosn terá que pagar apenas US$ 1 milhão.

Carlos Ghosn também é acusado, no Japão, por abuso de poder corporativo, por não ter declarado US$ 80 milhões em receita e ter feito a Nissan assumir uma de suas dívidas pessoais.  Sobre o assunto, a equipe de defesa de Ghosn afirma que seu cliente permanecerá “negando e contestando” as acusações contra ele.

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A Nissan, em contrapartida, luta para recuperar as consequências sofridas por um período de má governança, com destaque para Carlos Ghosn. Os lucros da empresa caíram significativamente. Dessa forma, a empresa japonesa anunciou em julho que iria cortar mais de 12 mil vagas de empregos.

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Juliano Passaro

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