Presidente do BCE diz que há espaço para mais cortes de juros
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que o conselho da instituição monetária considera diminuir ainda mais a taxa básica de juros na zona do euro, caso seja necessário. O discurso foi feito nesta segunda-feira (23).
“Continuamos preparados para ajustar todos os nossos instrumentos, se justificado pela perspectiva para a inflação“, disse o presidente do BCE sobre alcançar uma estabilidade nos preços.
Para ele, isso pode ser visto pela retomada das compras líquidas de ativos, também nomeadas de Quantitative Easing (QE), ao ritmo de 20 bilhões de euros mensais a partir de novembro. O anúncio da retomada de compra de ativos foi feito no dia 12 de setembro, após a reunião política monetária.
Draghi destacou que a contração do setor industrial da zona do euro pode fazer com que outros setores sejam atingidos pela desaceleração da economia. “À medida que o setor de serviços da zona do euro continue resiliente, não devemos ser complacentes sobre a sua capacidade de resistir a transbordamentos negativos”, disse o presidente do BCE.
Sobre o sistema de camadas que foi anunciado para a taxa de depósitos negativa, o presidente do BCE disse que essa é apenas uma ação para balancear o sistema de empréstimos e lucratividade dos bancos.
“A zona do euro precisa que intermediários financeiros permaneçam engajados e ativos na transmissão monetária, e o novo sistema de duas camadas vai assegurar que a capacidade dos bancos de estender empréstimos a seus clientes em termos favoráveis permaneça desimpedida”, disse Draghi.
Estratégia econômica do BCE
Para finalizar, o presidente do BCE afirmou que é necessário que haja um plano econômico coerente no momento. “Em outras palavras, precisamos de uma estratégia econômica coerente na zona do euro que complemente e aprimore a efetividade da política monetária”, declarou.
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“Um melhor mix de formulação de políticas, incluindo a política fiscal, reformas estruturais e medidas prudenciais, poderia ajudar a atingir esse objetivo [de a inflação se mover rumo à meta] mais rapidamente e com menos efeitos colaterais”, reiterou o presidente do BCE.
