Presidente do Credit Suisse (C1SU34) admite fracasso do banco antes de ‘apagar as luzes’; entenda

O presidente do conselho de administração do Credit Suisse (C1SU34), Axel Lehmann, se desculpou com os investidores pelos fracassos do banco. Nesta terça (4), o executivo reconheceu os choques financeiros causados pela instituição antes do “apagar das luzes” da empresa, que está prestes a ser vendida para o rival UBS em uma transação feita pelo governo suíço.

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“O banco não pôde ser salvo e apenas duas opções o aguardavam: um acordo ou falência”, destacou o presidente, na que provavelmente foi a última reunião de acionistas do Credit Suisse em seus 167 anos de história.

Lehmann, que assumiu o cargo em 2022 depois de ter saído do UBS em 2021, denunciou “saídas maciças” de fundos de clientes em outubro e uma “espiral descendente” que culminou em março, quando a turbulência de uma turbulência bancária nos EUA se espalhou para o exterior.

Manifestantes, incluindo alguns levantando um barco com o nome “Crisis Suisse”, reuniram-se do lado de fora da arena de hóquei em Zurique que sediou a reunião.

Para os investidores do Credit Suisse, o acordo de aquisição significou perdas. Os acionistas coletivamente receberão 3 bilhões de francos na empresa combinada, enquanto os investidores que detêm cerca de 16 bilhões de francos (US$ 17,3 bilhões) em títulos de alto risco do Credit Suisse foram apagados.

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Crise no Credit Suisse

Em 19 de março, o UBS fechou um acordo às pressas para comprar o rival por US$ 3,2 bilhões. De acordo com informações publicadas pelo The Wall Street Journal, a operação foi costurada pelos reguladores suíços para evitar que a queda de confiança nos bancos se espalhasse.

Com a operação de venda às pressas do Credit Suisse para o UBS, o Saudi National Bank (SNB) amargou um prejuízo superior a US$ 1 bilhão.

Segundo a reportagem da CNBC, em novembro de 2022, o SNB investiu US$ 1,5 bilhão no banco suíço, ao preço de 3,82 francos por cada ação do Credit Suisse. Agora, o UBS está pagando 0,76 francos por cada papel. A operação acende um sinal de alerta no mercado financeiro e, na visão do economista Pedro Raffy Vartanian, pode ser apenas uma “solução temporária” para a crise no banco suíço.

“A questão agora é identificar se a compra do Credit Suisse será uma repetição do caso LTCM ou do caso Bear Stearns. Os elementos atuais são muito semelhantes aos que precederam a crise de 2008, de modo que a operação de salvamento do Credit Suisse pode resultar apenas em uma solução temporária com novos problemas surgindo nos próximos meses”, argumenta Vartanian, professor do Mestrado Profissional em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Com Associated Press e Estadão Conteúdo

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Erick Matheus Nery

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