Chefe do BC britânico vê China como “um dos maiores riscos” para a economia global

Mark Carney, presidente do Bank of England, banco central do Reino Unido, afirmou que o sistema financeiro da China está entre os maiores riscos para a estabilidade financeira global. A declaração ocorreu em entrevista à BBC no aniversário de 10 anos da crise financeira global de 2008.

Entre os riscos citados por Carney também estão os riscos domésticos ocasionados pelo Brexit, o aumento no endividamento das famílias e ataques cibernéticos ao sistema bancário, fatores que já foram destacados pelo Banco da Inglaterra em relatórios regulares sobre a estabilidade financeira do país.

Em seu último relatório, em junho, o BoE criticou as preocupações expressadas pela União Europeia de que os bancos que operam no Reino Unido estariam mal preparados para o risco de o país deixar a União Europeia em março do ano que vem sem qualquer tipo de acordo de transição.

“Um dos maiores riscos para a economia global é o que acontece na China”, afirmou Carney em um trecho da entrevista publicado nesta quarta-feira no site da BBC.

“A China é uma grande fonte de crescimento na economia global, um milagre econômico – muitos aspectos positivos. Ao mesmo tempo, seu setor financeiro se desenvolveu muito rapidamente e tem muitas das mesmas premissas que foram feitas até a última crise financeira”, disse ainda.

Se banqueiros e reguladores se tornarem complacentes, não se pode descartar uma nova crise financeira como a que atingiu os EUA há dez anos, advertiu Carney.

“Poderia algo assim acontecer de novo?”, questionou. “Poderia haver um gatilho para uma crise – se formos complacentes, é claro que sim.”

Ele ressaltou, porém, que os bancos britânicos passaram a ser obrigados a manter um capital significativamente maior do que mantinham dez anos atrás para proteger a si mesmos e ao público contra as recessões.

Daniel Quandt

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