Ambev (ABEV3) recuperou maior parte da participação de mercado perdida, diz BTG
Em relatório, os analistas do BTG Pactual estimam que a Ambev (ABEV3) “recuperou a maior parte, senão toda a participação de mercado que havia perdido” entre os anos de 2015 a 2019.
Na interpretação do BTG Pactual, “ao sacrificar quase metade da margem Ebitda” e renunciar a aproximadamente 43% de participação no setor, a fabricante de bebidas Ambev “conseguiu reposicionar as marcas principais para ‘lutar’ no segmento de produtos mais baratos”.
Segundo os analistas, com base na atual margem, preferência de marca e estimativa de participação justa de mercado, a crença é “que tudo só fará sentido econômico se a Ambev começar a entregar melhores preços”.
“Isso é fundamental para permitir que haja surpresas positivas de resultados e uma recuperação do ROIC, que permanece próximo dos mínimos históricos, sendo os principais impulsionadores da ação à frente”, complementa o BTG.
Ambev “não é mais um ativo com múltiplo alto”
Os analistas comentam que a fabricante de bebidas “não é mais um ativo com múltiplo alto, embora não achemos que mereça”.
O BTG Pactual cita que as ações da Ambev são negociadas com desconto em relação aos pares. No entendimento da instituição, isso contribui para o melhor risco/retorno visto “em anos”.
No entendimento dos analistas, o preço dos ativos da empresa “parece principalmente vinculada à capacidade da Ambev de apresentar surpresas positivas”. Ao mesmo passo em que o BTG Pactual ajusta suas estimativas, permanece “abaixo do consenso”.
O BTG Pactual mantém recomendação neutra para as ações da Ambev, com preço-alvo de 16,00.
A recomendação neutra para as ações da fabricante de bebidas
Segundo os analistas, por quase uma década foi mantido um “neutro” nas ações da fabricante de bebidas. O BTG comenta que o ceticismo sobre os ativos tem sido baseado em três pilares:
- “o alto ROIC da Ambev foi ameaçado por mudanças nos canais de distribuição e menor capacidade de sustentar o poder de precificação à medida que as principais marcas perderam relevância;
- qualidade duvidosa dos resultados devido à contribuição crescente dos incentivos fiscais e da Argentina; e
- que os múltiplos globais acabariam caindo, forçando os próprios múltiplos da Ambev a cair em algum momento”.
Os analistas afirmam que “muita coisa mudou”, e alguns desses elementos estão presentes em formas diferentes. Apesar de reconhecer “melhorias na relação de risco/retorno na tese”, o BTG Pactual alega que mantém a recomendação neutra relativa às ações da Ambev.