Verde vê ‘governo barulhento’, mas aponta medidas corretas; gestão alerta para ‘crise de crédito’

Em nova carta mensal aos cotistas, o Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, criticou o ‘excesso de ruído’ promovido pelo Governo Federal.

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“O mercado local, em meio a esse pano de fundo mais complexo, segue focado no barulho gerado pelo novo governo. Mesmo medidas corretas da perspectiva fiscal, como a reoneração dos combustíveis, conseguem ser acompanhadas de graus excessivos de ruído desnecessário e contraproducente, neste caso a taxação das exportações de petróleo e os reiterados ataques ao Banco Central”, disse a gestão do Fundo Verde.

Além disso, na carta da Verde Asset Management a gestão destaca que há sinais de um incipiente credit crunch atingindo a economia brasileira, “cujo enfrentamento requer boas políticas públicas e não bravatas”.

Segundo a casa, esse é o principal motivo pelo qual ativos brasileiros seguem baratos e mostrando um prêmio de risco elevado.

No acumulado de 2023, o Fundo Verde rendeu 2,78% ante 2,05% do CDI – seu benchmark. No mês de referência da carta, fevereiro, a performance foi de 0,04% ante 0,92% do CDI.

Posições em renda fixa, com destaque para inflação implícita no Brasil, foram os ativos que mais agregaram à performance.

Além disso o livro de moedas teve ganhos marginais na posição vendida em Euro. Já as perdas vieram da exposição em ações no Brasil, e das posições em commodities, particularmente ouro, que devolveu os ganhos de janeiro

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“O tom construtivo dos mercados desenvolvidos em janeiro foi substituído por um choque de realidade em fevereiro, em que a economia americana mais uma vez surpreendeu, contra o consenso que ao fim do ano passado projetava entrar em recessão em pouco tempo, e deu mais sinais de pujança e mais resiliência do que outros países maduros. Os dados americanos de emprego, renda e consumo divulgados ao longo do mês surpreenderam as expectativas, e levaram a uma importante mudança de narrativa dos mercados”, observa a gestão do Fundo Verde.

“Antes tínhamos uma narrativa focada na desaceleração, desinflação, e um possível pivô do Federal Reserve na direção de cortes de juros; desde dezembro isso empurrou o gdólar para baixo contra outras moedas, levou os índices de ações para cima e os spreads de crédito para baixo. Processos de mudança de narrativa via de regra são acompanhados de variações importantes de preços e foi isso que vimos ao longo de fevereiro”, completa.

Mudanças na carteira do Fundo Verde

Segundo o relatório de gestão, o fundo manteve exposição na bolsa brasileira e voltou a implementar hedges na bolsa americana.

Além disso, o portfólio manteve posição comprada em inflação implícita no Brasil e o risco tomado em juros na Europa foi zerado.

Por outro lado, passaram a ser montadas posições tomadas em juros e compradas em inflação nos EUA.

“Continuamos comprados em ouro e petróleo, mas encerramos a posição vendida no euro contra compra de Real. As posições em crédito high yield global e crédito local foram mantidas”, diz o Fundo Verde sobre as alterações na sua alocação de portfólio.

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Eduardo Vargas

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