Radar: Petrobras (PETR4) cai no Ibovespa, ações de Azul (AZUL4) decolam e Assaí (ASAI3) avalia vender fatia adicional do Casino
O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (7) com queda de 0,45% aos 104.227,93 pontos, após oscilar entre 103.480,42 e 105.178,55. O volume financeiro do dia somou R$ 21 bilhões.
A bolsa de valores hoje operou em volatilidade, fechando em queda, alinhada com perdas das bolsas em Nova York — Dow Jones caiu 1,72%; S&P500 recuou 1,53%; Nasdaq teve baixa de 1,25%. O que estimulou a queda dos índices nos EUA foi a declaração do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. O dirigente afirmou que a autoridade monetária dos Estados Unidos poderá ampliar o ritmo de aumento de juros.
“Sem mudanças na retórica, Powell continua a enfatizar a necessidade de uma postura agressiva no combate à inflação. Se na sexta-feira (10) o payroll de fevereiro vier forte, aumentam as chances de uma elevação de 0,5 p.p. já nesta próxima reunião do Fomc, a ser realizada nos dias 21 e 22 de março”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Com as falas recentes de Powell, a tendência é de que mais investidores migrem para a economia americana, fortalecendo o dólar — que teve alta de 0,44% hoje, a R$ 5,1927. Isso porque, frente ao cenário mundial, o Brasil acaba sendo visto como uma economia emergente e especulativa, sofrendo mais com as mudanças de humor econômicas.
“A economia não é uma ciência exata, mas o aumento de risco acaba fazendo com que o dólar tenha alta e a bolsa perca força — movimentos feitos para diminuir riscos e aumentar exposição em ativos mais seguros. Em um ano em que começamos com uma economia chinesa mais enfraquecida do que o normal, o Brasil como país exportador de commodities acaba sofrendo mais”, explica Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital.
Falando em commodities, as blue chips ajudaram a puxar as perdas do Ibovespa hoje. A Vale (VALE3) fechou em queda de 0,95%, ainda impactada pela meta de crescimento chinês, embora a cotação do minério de ferro tenha encerrado em alta de 1,34% (US$ 131,23 a tonelada).
Os ativos preferenciais e ordinários da Petrobras (PETR4;PETR3) também recuaram no pregão de hoje. Na véspera, a estatal anunciou novos projetos de energia eólica offshore e o mercado passou a se preocupar com o futuro dos dividendos.
O petróleo Brent recuou 0,2% no mercado internacional, cotado a US$ 86,01 o barril. Com isso, a ponta negativa da bolsa contou com outras petroleiras, como a PetroRio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3). O setor de utilities também recuou, com queda nas ações da Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6).
“O setor de utilities perdeu força, principalmente por ser um ‘bond-like’, que chamamos assim por ser influenciada pela taxa de juros na precificação de valor justo“, explica Luiz Adriano Martinez, gestor de renda variável e sócio da Kilima Asset.
Já ponta positiva do Ibov contou com os papéis da Azul (AZUL4), CVC (CVCB3) e Gol (GOLL4), ainda em repercussão da renegociação de dívidas por parte dessas empresas, ligadas ao turismo, que foram uma das mais afetadas durante a pandemia.
Por fim, entre os ativos bancários o dia foi de ganhos. O Santander (SANB11) teve alta de 1,33%, o Itaú (ITUB4) ganhou 0,28%, o Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 2,3%, e o Bradesco (BBDC4) teve alta de 2,33%
Além da Petrobras, confira outros destaques desta terça-feira:
Azul (AZUL4) dispara pelo segundo dia seguido e volta a liderar o Ibovespa. O que está acontecendo?
- As ações da Azul (AZUL4) fecharam em mais um dia de forte alta nesta terça-feira (7). Na véspera, os papéis da companhia aérea tiveram os maiores ganhos do Ibovespa, com avanço de 38%, e hoje a alta foi de 20,12%, cotados a R$ 12,00.
- Entre as razões para as ações da Azul subir e liderar o Ibovespa pelo segundo dia seguido está a repercussão da notícia de que a empresa renegocia suas dívidas com os arrendadores de aviões. Isso porque os passivos junto aos lessors respondem por aproximadamente 80% da dívida bruta total da companhia.
- “Como resultado, a Azul destacou que sua expectativa de queima de caixa em 2023 (aproximadamente R$ 3 bilhões) será agora eliminada. Diante disso, a aérea espera uma geração de caixa positiva em 2024 e nos anos que virão”, afirma o Goldman Sachs.
- Os analistas do banco, Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Martins, porém, afirmam que buscarão mais detalhes sobre as condições do acordo da Azul com arrendadores, mas veem o movimento como algo positivo para a companhia.
- “Acreditamos que o risco de crédito tem sido um tema importante para o setor aéreo”.
- Apesar do otimismo, o Goldman mantém a recomendação neutra para compra das ações da Azul, com preço-alvo em R$ 16,40.
Assaí (ASAI3) inicia estudos para possível venda de participação adicional do Casino por US$ 600 milhões
- O Assaí (ASAI3) anunciou nesta terça-feira (7) que o Grupo Casino, seu controlador, iniciou os estudos para uma potencial nova venda parcial da sua participação em aproximadamente de US$ 600 milhões, valor que “poderá ser aumentado a depender das condições de mercado”.
- Segundo o fato relevante do Assaí, o Casino ainda não tomou decisão final sobre a potencial transação. Poderá ocorrer por meio de uma oferta pública secundária, que pode ou não ser lançada, a depender de condições de mercado.
- Ainda de acordo com o documento, o Grupo Casino contratou o Banco BTG Pactual S.A., o Banco Bradesco BBI S.A., o Banco Itaú BBA S.A. e o Banco J.P. Morgan S.A. para análise dos termos de uma potencial venda de participação no Assaí.
- “Sujeito à conclusão da potencial transação, conforme acordado com o Casino, o Assaí proporia à próxima Assembleia Geral Ordinária, prevista para ocorrer em abril de 2023, uma nova composição do Conselho de Administração com um número de membros indicados pelo Casino que reflita a sua participação resultante na companhia”, finaliza o documento.
RECR11 distribuirá R$ 24 milhões em dividendos relativos a fevereiro; veja detalhes
- Em relatório gerencial relativo a fevereiro, o fundo imobiliário RECR11 informou que distribuirá R$ 24,06 milhões em dividendos referentes ao período. Isso representa uma distribuição de 0,91 por cota.
- Os dividendos do RECR11 relativos ao período de fevereiro serão pagos no dia 14 de março, aos investidores posicionados nas cotas do fundo imobiliário até o fim do pregão de 7 de março.
- Com relação ao resultado de janeiro deste ano, o FII RECR11 havia realizado a distribuição de R$ 26,17 milhões — equivalente a R$ 0,99 por cota.
- Ou seja, entre o resultado de janeiro e fevereiro, houve uma redução de 8% na distribuição por cota.
- O REC Recebíveis Imobiliários justifica que o rendimento mais recente foi impactado pelo menor número de dias úteis em fevereiro. Enquanto janeiro teve 22 dias úteis, fevereiro teve 18.
Magazine Luiza (MGLU3) vai sofrer ou não com “efeito Neymar” no 4T22? O que esperar do balanço
- O Magazine Luiza (MGLU3) apresenta ao mercado seu balanço do quarto trimestre de 2022 nesta quinta (9). Devido ao cenário macroeconômico, a expectativa é de que a empresa apresente um prejuízo líquido milionário. Porém, os analistas se dividem no seguinte aspecto: a Copa do Mundo ajudou ou prejudicou a varejista?
- Para Breno Francis de Paula, analista do Inter Research, o efeito Neymar e companhia no Magazine Luiza será negativo: “Black Friday fraca, baixo fluxo de pessoas durante a Copa e cenário macro travam a performance da companhia”.
- Na contramão, os analistas da XP Investimentos Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday acreditam que a Copa trouxe “ventos favoráveis” para o Magalu, com um crescimento do GMV (volume bruto de mercadoria, em inglês) de 17% no comparativo anual.
- De acordo com os dados coletados pelo Suno Notícias, os analistas preveem um prejuízo milionário no balanço do 4T22 do Magazine Luiza, em especial, devido ao cenário macroeconômico. Veja:
- BTG Pactual: Prejuízo líquido de R$ 91 milhões;
- XP Investimentos: Prejuízo líquido de R$ 93 milhões;
- Inter Research: Prejuízo líquido de R$ 64 milhões;
- No 4T21, o Magalu registrou um lucro líquido de R$ 93 milhões. Porém, na conta ajustada, esse resultado virou um prejuízo de R$ 79 milhões. No 3T22, a varejista apresentou um prejuízo líquido de R$ 166,8 milhões e, no critério ajustado, o número caiu para R$ 146 milhões.
- Assim, as previsões apontam uma redução no prejuízo, um bom sinal para o negócio de Luiza Helena Trajano. Nessa conta, outro destaque positivo é o aumento da receita líquida, quando comparada com a do 4T21 (R$ 9,4 bilhões).
Da Petrobras a Assaí , essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.