Poupafarma se prepara para recuperação judicial; empresa teve prejuízo de R$ 117 milhões em 2022

A varejista Poupafarma estuda pedir recuperação judicial nas próximas semanas. Segundo informações divulgadas na segunda (6), a empresa enfrenta uma crise financeira e, no ano passado, teve um prejuízo de R$ 117 milhões.

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De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, a empresa pediu à Justiça uma tutela antecipada preparatória de processo recuperacional em 21 de fevereiro. O caso é analisado na 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos de Arbitragem de São Paulo.

O grupo Investfarma, controlador da Poupafarma, também é um dos requerentes da ação. Segundo uma fonte da reportagem do Valor, a crise envolve uma operação com cerca de 80 lojas e R$ 680 milhões em faturamento anual.

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Nos documentos enviados à Justiça, a empresa revelou o prejuízo financeiro, disse que houve dificuldades na obtenção de linhas de créditos no mercado e que também sentiu o efeito na alavancagem da alta na taxa de juros. Além disso, com a atual crise no setor varejista, a percepção de risco no setor foi elevada.

O pedido de tutela antecipada, quando nenhuma cobrança ou constrição pode ser realizada, foi concedido pela Justiça no final de fevereiro.

Ao Valor Econômico, o grupo informou que, junto com o auxílio de assessores, está buscando “estabelecer um processo colaborativo de recuperação e, por isso, não acelerou a via judicial antes de criar uma agenda compartilhada de alinhamentos”.

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Varejo em crise

Com as altas taxas de juros e a explosão da crise na Americanas (AMER3), o setor varejista encontra-se em crise. Além da empresa de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, negócios como a Marisa (AMAR3) e a Tok&Stok também passam por momentos difíceis. Assim, os bancos estão mais receosos para conceder créditos a essas empresas

No caso do setor das farmácias, em que a Poupafarma está inserida, a mudança de comportamento causada pela pandemia da Covid-19 afetou as operações, mas de forma temporária. Na visão dos especialistas do mercado, empresas do segmento foram impactadas por falhas de gestão que, somadas ao cenário macroeconômico desafiador, pressionam o andamento dos negócios.

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Erick Matheus Nery

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