Dólar cai 0,71% após Fed indicar possível redução no PIB dos EUA

O dólar encerrou esta sexta-feira (6) em queda de -0,715%, negociado a R$ 4,0804 na venda. O mercado reagiu ao anúncio do Federal Reserve (Fed) que aponta para a redução do crescimento econômico dos Estados Unidos.

A cotação máxima do dólar nesta sexta-feira foi registrada na abertura do mercado, às 9h09. A moeda norte-americana chegou a R$ 4,0947. A mínima foi de R$ 4,0581, por volta das 10h50.

Ainda nos Estados Unidos os investidores acompanharam a divulgação de dados empregatícios. No cenário interno, o mercado reagiu a diminuição do IPCA e a projeção do Bradesco de redução da taxa Selic.

Crescimento econômico dos EUA

De acordo com especialistas do Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), o crescimento econômico dos EUA deve diminuir mais de 1% por causa das incertezas comerciais vividas nos últimos meses com a China.

Saiba mais: Fed: Guerra comercial deve diminuir crescimento do PIB dos EUA em mais de 1%

“O aumento das incertezas com a política comercial em 2018 e 2019 foi acompanhada por uma desaceleração da produção industrial mundial e do comércio global”, confirma o Fed.

Segundo a equipe de economistas do banco central norte-americano, o avanço das incertezas comerciais nos primeiros seis meses do ano passado fez com que a economia mundial deixasse de crescer 0,8% neste ano.

Criação de empregos nos EUA

Em agosto, foram adicionadas 130 mil novas vagas de empregos nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Trabalho do país.

Saiba mais: Juros futuros caem após desaceleração de criação de empregos dos EUA

Para os economistas consultados pela Bloomberg, esse resultado veio abaixo do esperado de um acréscimo de 160 mil empregos. Por sua vez, os consultados pela Reuters esperavam criação de 158 mil vagas.

O salário médio por hora trabalhada teve alta de 0,4% em agosto, maior aumento desde fevereiro, depois de avançar 0,3 em julho.

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Analistas acreditam que o aumento salarial poderá impulsionar os gastos dos consumidores e manter a economia em expansão moderada.

Projeção do Bradesco sobre a Selic

O Bradesco ajustou sua estimativa para a taxa básica de juros, Selic, passando de 5% para 4,75% no fim de 2019 devendo ser mantido até o fim de 2020.

Saiba mais: Bradesco projeta redução da Selic para 4,75% em 2019

Para os analistas do banco, a construção civil deve ser a categoria que mais se beneficiará. “Quem mais tende a se beneficiar da queda dos juros é o setor imobiliário”, declarou o economista do banco, Igor Velecico, em encontro com jornalistas.

Apesar da expectativa positiva, o Bradesco, baseado nas pioras em relação à perspectiva para o cenário externo, revisou também a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2020, caindo de 2,2% para 1,9%. A projeção para 2019 continuou em 0,8%.

Redução do IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) diminuiu para 0,11% em agosto. No mês de julho, o índice registrou uma alta de 0,19%.

Saiba mais: IPCA desacelera a 0,11% em agosto ante alta de 0,19% em julho

A meta do governo no acumulado para o ano é de 4,25%. Até o momento, o índice atingiu 3,43% em 12 meses.

Os 12 meses imediatamente anteriores ao desse valor ficaram em 3,22%. Em agosto de 2018, a deflação foi de 0,09%.

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“Esse avanço [no acumulado em 12 meses] de 3,22% para 3,43% é justamente porque saiu dessa série de 12 meses a deflação registrada em agosto do ano passado”, analisou o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Pedro Kislanov da Costa.

Última cotação do dólar

Na última sessão, quinta-feira (5), o dólar encerrou com alta de 0,114% sendo negociado a R$ 4,1098.

Giovanna Oliveira

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