TENSÃO TOTAL

Suno Notícias

7 de fevereiro, 2023

Lula X Banco Central: Entenda a "guerra" institucional

Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou críticas ao Banco Central (BC), comandado por Roberto Campos Neto.

Uma das últimas críticas de Lula ao Banco Central ocorreu na segunda (6), quando o presidente disse que o País tem uma "cultura" de juros altos que "não combina com a necessidade de crescimento" nacional.

O governante também reclamou da justificativa dada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 13,75% ano ano. O comunicado do BC disse que as expectativas da inflação pioraram principalmente por causa da expectativa de que os gastos públicos serão mais elevados neste início de governo.

Na visão dos especialistas ouvidos pelo Suno Notícias, as farpas do governante tencionam a relação entre governo e agentes econômicos.

"Essas brigas não poderiam existir! O Banco Central devia dizer: 'estou subindo juros por causa da inflação', e o governo devia ter maior responsabilidade fiscal para também não pressionar a atividade econômica, fazer com que a inflação fique mais controlada e as expectativas convirjam pra meta", acredita Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

Idean Alves, chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, reforça que os atritos entre Lula e Roberto Campos Neto são vistos pelo mercado com maus olhos: "Vamos ver muito o jogo de 'morde e assopra', com o governo batendo de um lado e depois tendo que amenizar ou fazer ponderações para que a relação não azede de vez".

Além dos impactos no mercado financeiro, esses atritos também pode trazer consequências para Lula no dia a dia em Brasília. "Setores do Congresso alinhados ao mercado tendem a ficar mais desagradados porque uma das principais bandeiras dos agentes econômicos é a independência do Banco Central", alerta o cientista político Leonardo Rocha.