Braskem perde mais de 50% do valor de mercado em 6 meses
Levando em consideração o ponto mais alto de 2019, a Braskem (BRKM5) já perdeu mais de matade do seu valor de mercado.
A Braskem, que em fevereiro atingiu R$ 45 bilhões em fevereiro deste ano, esta semana viu sua menor avaliação, de R$ 21,6 bilhões, desde dezembro de 2016, quando aconteceram as delações da controladora da Odebrecht.
A perda se acentua ainda mais quando somada ao baixo desenvolvimento do setor petroquímico neste período.
Valor de mercado e dividendos não pagam as dívidas da Braskem
Conforme fontes ouvidas pelo “Valor Econômico”, a redução do valor da empresa tem deixado os bancos credores preocupados com o futuro da Odebrecht e suas parceiras.
Grandes instituições bancárias têm participações em ações da companhia desde julho de 2016, considerando também seus dividendos como garantia. No entanto, o preço em bolsa não cobre a dívida que possui, que está em quase R$ 13 bilhões. Os bancos são:
- Itaú Unibanco
- Bradesco
- Banco do Brasil
- Santander
- BNDES
A questão fica mais preocupante quando, somada a queda no preço das ações da empresa, o ciclo de baixa do segmento petroquímico tem se prolongado mais que o esperado. Isso impacta os próprios dividendos, que eram uma marca da empresa.
Entre 2015 e 2017, a Braskem se tornou uma companhia que pagava dividendos bilionários, tendo distribuído R$ 4,5 bilhões aos seu acionistas.
Já em 2018, no entanto, a distribuição de R$ 2,67 bilhões em dividendos, aprovada pelo conselho de administração da empresa, foi barrada pela Justiça.
Segundo órgãos públicos de Alagoas, a Braskem é responsável por uma série de danos estruturais em Maceió que podem levar ao afundamento de três bairros da cidade, devido à exploração de minas de sal-gema.
Em junho, a Justiça de Alagoas solicitou o bloqueio de R$ 6,7 bilhões da empresa para indenizar as pessoas que foram afetadas pelos danos causados pela companhia.
No momento, a expectativa é de que a direção da Braskem tenha os pagamentos sejam liberados, porém, no mínimo legal de 25% sobre o lucro da companhia. Esse valor deve cair para aproximadamente R$ 650 milhões.
Saiba mais: Pagamento de dividendos da Braskem voltará a ser discutido
O mau momento do segmento, inflacionado pela guerra comercial entre EUA e China, impactou diretamente o balanço do segundo trimestre da empresa.
A receita líquida caiu 3% na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 13,3 bilhões. O Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) diminuiu 49%, a R$ 1,6 bilhão.
O lucro líquido atribuído aos acionistas caiu 76%, chegando a R$ 129 milhões.
No fechamento da última sessão, na última quinta-feira (29), as ações da Braskem apresentaram alta de 4,10%, sendo negociadas a R$ 28,94 na B3.