Argentina: peso recua e risco-país atinge nível mais alto em 14 anos

O mercado da Argentina tem repercutido negativamente o pedido de moratória ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A moeda do país vizinho recua e o risco-país atinge o nível mais alto em 14 anos.

Nesta quinta-feira (28), a moeda da Argentina, peso, chegou a registrar queda de 3% e o risco-país avançou para o patamar mais alto desde 2005, com aumento de 48 pontos-base para 2.037. Desde as eleições primárias, que ocorreram no dia 11 de agosto, o peso registrou perda de 19,5% de seu valor em relação ao dólar.

Eleições prévias

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, perdeu as eleições primárias para a chapa de Cristina Kirchner. A derrota foi para Alberto Fernández, candidato de centro-esquerda, que se tornou o favorito para as eleições que ocorrerão em outubro.

Fernández, do partido Frente de Todos, conseguiu 47,36% dos votos. Em contrapartida, o atual mandatário, Macri, obteve apenas 32,23%.

A ampla diferença na votação não era esperada por nenhuma pesquisa feita anteriormente. De acordo com dados oficiais, 75% de um total de 33,8 milhões de pessoas fizeram parte da votação.

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Macri já sabia que seria derrotado antes do informe dos resultados. “Tivemos uma votação ruim e isso nos obriga, a partir de amanhã, a redobrar os esforços para que em outubro consigamos o apoio necessário para continuar com a mudança”, disse o presidente argentino.

“Claramente estamos dando tudo pelo nosso querido país. Dói que hoje não tenhamos tido todo o apoio que esperávamos, mas, a partir de manhã, todos somos mais responsáveis por este país avançar. Portanto, é dormir e recomeçar a trabalhar amanhã de manhã”, reiterou Macri.

A ideia das eleições primárias na Argentina é fazer com que os eleitores possam escolher os candidatos que irão disputar a corrida presidencial no mês de outubro.

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Argentina declara moratória ao FMI

Na última quarta-feira (28) o presidente argentino Mauricio Macri pediu ao FMI a moratória em relação aos vencimentos da dívida da Argentina de US$ 56 bilhões, que começarão em 2021, em uma tentativa de aliviar o mercado cambial.

O ministro da Fazenda do país, Hernán Lacunza, disse que a “Argentina propôs [ao FMI] iniciar o diálogo para reperfilar os vencimentos da dívida”.

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A Argentina passa por fortes turbulências financeiras, com uma depreciação do valor do peso acima de 20% e o índice de risco país subindo mais que 2.000 pontos após a derrota de Macri para o candidato de centro-esquerda Alberto Fernández nas primarias à presidência.

Poliana Santos

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