Americanas (AMER3): pente fino nas contas “encontra” mais R$ 6,6 bilhões em dívidas
A recuperação judicial da Americanas (AMER3) tem mais dívidas do que a própria companhia imaginava. Segundo informações divulgadas na quarta (1º), um pente fino nas contas da varejista identificou R$ 6,6 bilhões a mais em débitos. Assim, o valor total do rombo saltou de R$ 41,2 bilhões para R$ 47,9 bilhões.
De acordo com as informações divulgadas pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, os administradores judiciais da varejista protocolaram a atualização do valor total dos débitos na 4º Vara Empresarial do Rio de Janeiro na última quarta.
Assim, a recuperação judicial da Americanas atinge a marca de R$ 47.904.922.603,58.
O escritório de advocacia Zveiter, administrador judicial da Americanas, questionou a empresa sobre essa divergências nas contas. Segundo a companhia de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, “a diferença na relação de credores se refere ao valor total das debêntures nas quais a Americanas é devedora das também recuperandas JSM Global S.A.R.L e B2W Digital Lux”.
As debêntures foram emitidas intragrupo apenas para criar um canal de transferência de recursos da Americanas para as recuperandas estrangeiras, visando ao pagamento dos bonds. Ao considerar o endividamento consolidado das recuperandas, esse valor deve ser expurgado, sob pena de duplicidade. Há apenas uma dívida, decorrente da emissão dos bonds, e um canal intragrupo para remessa de recursos para o pagamento daquela dívida.
A JSM e a B2W são subsidiárias da empresa-mãe Americanas. Na Justiça, os administradores disseram que a “análise e pertinência [da justificativa da Americanas] deverá ser aferida em momento processual oportuno”.
Americanas: Guerra contra BTG
Enquanto as inconsistências contábeis da Americanas são atualizadas, a empresa protagoniza uma intensa guerra judicial contra os bancos. No último capítulo deste embate, a varejista acusou o BTG Pactual (BPAC11) de participação e culpa no rombo bilionário.
Segundo uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o BTG não teria repassado todos os dados dos ativos e passivos da Americanas para a auditoria PwC. Assim, os advogados da rival do Magazine Luiza (MGLU3) dizem que a atitude do banco contribuiu para a crise contábil.
Ao Suno Notícias, o banco de André Esteves classificou as acusações da Americanas como levianas “criações de narrativas”