Ibovespa cai 1,20% e fecha aos 112 mil pontos; Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e bancos puxam queda

Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (1º) em queda de 1,2%, aos 112.073,55 pontos, após oscilar entre 110.729,47 e 113.597,64 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 32,4 bilhões. 

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O pregão desta “super quarta-feira” foi marcado pelas expectativas do mercado com as decisões de política monetária. O Banco Central deve anunciar a manutenção da Selic em 13,75%, conforme o consenso do mercado.

Além disso, mais cedo o Federal Reserve (Fed) anunciou no intradia do Ibov hoje a elevação da taxa de juros dos Estados Unidos. As bolsas de Wall Street caíram após o comunicado, mas se recuperaram após o pronunciamento do presidente do BC americano, Jerome Powell. Enquanto isso, no Brasil o Ibovespa caiu, chegando aos 110 mil pontos, obteve uma leve recuperação, mas ainda fechou o dia em baixa.

Entre as quedas do Ibovespa hoje, destaque para a blue chips, como a Vale (VALE3), que derreteu após divulgar ontem o balanço de produção de minério de ferro — abaixo da meta da própria mineradora. No fechamento do pregão, os ativos recuaram 1,11%, cotados a R$ 93,46.

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Outra blue chip que caiu hoje foi a Petrobras (PETR4;PETR3) cujos ativos preferenciais e ordinários recuaram, respectivamente, -1,38% e -1,97%.

“Vale já caía mais de 2% desde cedo após os dados sobre produção, divulgados na noite anterior. E à tarde Petrobras colocou pressão a mais no Ibovespa, o que se fez acompanhar pouco depois pelas ações de ‘bancões’”, diz Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Ainda na ponta negativa do Ibov hoje, estiveram a EzTec (EZTC3), com queda de -5,12%, Raízen (RAIZ4), perda de 4,26%, e Grupo Natura (NTCO3), recuo de 3,78%. Além desses ativos, o maior recuo do dia foi do Santander (SANB11), que fechou o dia com perdas de 5,53%.

No fechamento do Ibovespa de hoje outros ativos bancários também fecharam com perdas. O BTG Pactual (BPAC11) recuou 1,80%, o Bradesco (BBDC4) perdeu 2%, o Itaú Unibanco (ITUB4) teve queda de 1,34%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 1,20%.

Já na ponta positiva do Ibov desta quarta, destaque para BRF (BRFS3), com alta de 7,66%, Marfrig (MRFG3) que ganhou 5,33%, São Martinho (SMTO3) que avançou 4,72%, e Braskem (BRKM5) em +2,02%.

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Mercado internacional

No pregão quarta-feira, o Dow Jones subiu 0,02%, a S&P ganhou 1,05% e a Nasdaq avançou 2,00%. Por outro lado, o dólar à vista fechou com queda de 0,32%, a R$ 5,0605, após oscilar entre 5,1122 e R$ 5,0500. Vale lembrar que o dia foi marcado pela elevação de juros pelo Fed.

Enquanto isso, as bolsas europeias tiveram um desempenho misto no primeiro dia de fevereiro. Veja como ficou o fechamento de hoje:

  • Frankfurt (DAX): +0,35%
  • Lisboa (PSI 20): +0,35%
  • Londres (FTSE 100): -0,14%
  • Madri (IBEX 35): +0,71%
  • Milão (FTSE MIB): +0,39%
  • Moscou (MOEX): +0,2%
  • Paris (CAC 40): -0,07%

Já os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quarta-feira. O petróleo WTI para março fechou em queda de 3,12% (US$ 2,46), em US$ 76,41 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para abril recuou 3,07% (US$ 2,62), a US$ 82,84 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O que pensam os investidores?

“O tom do comunicado veio mais hawkish com o Fed destacando a responsabilidade e compromisso grande de trazer a inflação nos EUA para a meta de 2%. Além disso, afirmaram que novas altas vão ser necessárias. Apesar de a inflação ter arrefecido, ainda não está totalmente controlada”, explica Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos.

Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje

  • Fed eleva taxa de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual
  • Vale: produção de minério de ferro cai 1,6% em 2022
  • Ações da Ambev despencam após acusação de rombo bilionário

Fed eleva taxa de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual

Em reunião nesta quarta-feira (1°) o Federal Reserve (Fed) elevou a taxa básica nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual. Com um intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano, a decisão foi unânime e está em linha com as expectativas do mercado financeiro.

Fed ainda elevou a taxa de juros paga sobre saldo de reserva de 4,4% para 4,65%, decisão que entra em vigor a partir de amanhã, e a taxa de desconto em 25 pontos-base, para 4,75% ao ano.

“O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) antecipa que os aumentos em curso na faixa da meta serão apropriados para atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo”, diz o comunicado.

A votação de hoje, que culminou com o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos EUA, foi aprovado em unanimidade entre os doze membros do Fomc.

O que pensam os investidores?

“O Fed está cada vez mais próximo da sua meta de redução da inflação e colecionando evidências que justificam esse entendimento. Ainda é incerto, mas, na minha opinião, estamos mais próximos da sonhada etapa de ‘pouso econômico suave’, embora ainda não seja seguro descartar o risco de recessão”, observa em nota Carlos Vaz, CEO da Conti Capital.

Vale: produção de minério de ferro cai 1,6% em 2022

A produção de minério de ferro da Vale (VALE3) totalizou 80.852 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2022 (4T22), representando uma baixa de 1% na comparação anual e um recuo de 9,9% ante o 3T22, segundo o relatório divulgado ontem (31).

No ano, a produção foi de 307,79 milhões de toneladas, queda de 1,6% em relação a 2021, valor abaixo da meta da companhia, definida em 310 milhões de toneladas.

A XP, que mantém recomendação de compra para as ações da Vale, destaca que ainda gosta “da história da longo prazo da Vale, mas o rali recente em minério de ferro nos deixa um pouco mais cautelosos no curto prazo”.

Já a Genial aponta que o grande destaque para o resultado do trimestre está justamente em uma melhora no preço provisionado, destacando que esse fator costumava ser um detrator no preço realizado durante os outros trimestres de 2022.

Ações da Ambev despencam após acusação de rombo bilionário

As ações da Ambev (ABEV3) registram fortes quedas no Ibovespa desta quarta (1º) após as acusações de um rombo de cerca de R$ 30 bilhões supostamente causado por manobras tributárias.

Ao Suno Notícias, a companhia de Jorge Paulo LemannMarcel Telles e Carlos Alberto Sicupira disse que as denúncias “não têm qualquer embasamento”.

“Calculamos todos os nossos créditos tributários estritamente com base na lei. Nossas demonstrações financeiras cumprem com todas as regras regulatórias e contábeis, as quais incluem a transparência do contencioso tributário. A Ambev está entre as 5 maiores pagadores de impostos no Brasil”, complementou a companhia em nota enviada à reportagem.

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Maiores altas do Ibovespa

  • BRF (BRFS3): +7,66%
  • Marfrig (MRFG3): +5,33%
  • São Martinho (SMTO3): +4,72%
  • Braskem (BRKM5): +2,02%
  • Eneva (ENEV3): +2%

Maiores baixas do Ibovespa

  • Santander (SANB11): -5,53%
  • EzTec (EZTC3): -5,12%
  • Raízen (RAIZ4): -4,26%
  • Grupo Natura (NTCO3): -3,78%
  • Telefônica (VIVT3): -3,78%

Fechamento dos outros índices brasileiros

  • Small Caps (SMLL): -0,29%
  • BDRs (BDRX): +1,20%
  • Fundos Imobiliários (IFIX): -0,50%

Cotação do Ibovespa nesta quarta-feira (1º)

Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (1º) em queda de 1,2%, aos 112.073,55 pontos.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Janize Colaço

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