Banco Central oferta dólares à vista para tentar segurar o preço da moeda
Nesta terça-feira (27), o Banco Central ofertou dólares à vista, em resposta à disparada da moeda norte-americana aproximada a níveis recordes.
A cotação mínima aceita pelo Banco Central foi de R$4,125, valor abaixo dos R$ 4,19 da máxima intradiária. O dólar chegou a cair para R$4,1235, cerca de -0,45% após o anúncio do BC. Contudo, a moeda norte-americana fechou em alta de +0,447% sendo vendida a R$ 4,1581.
O Banco, que disponibilizou o lote mínimo de US$1 milhão, não comunicou o montante total do negócio, que deve ser divulgado juntamente com dados do fluxo cambial na quarta-feira da próxima semana.
De acordo com especialistas, a venda realizada pelo BC pode impor um “teto” no preço do dólar, consequente da imprevisibilidade gerada pela venda.
Câmbio flutuante do Banco Central
Ainda hoje, Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central (BC), reafirmou em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que o BC tem uma política de câmbio flutuante. “O sistema que operamos é de meta de inflação, câmbio flutuante e âncora fiscal”.
Saiba mais: Banco Central tem política de câmbio flutuante, diz Campos Neto
Campos afirmou que a venda à vista de dólares e a venda de swaps cambiais reversos que foram realizadas em agosto não representam uma mudança na política cambial do Banco, mas uma maneira de suprir a maior demanda à vista por dólares.
“Sempre que entendemos que há um problema de liquidez, nós interviemos para suprir esse gap (lacuna)” , salientou Campos Neto.
“Recentemente com temas comerciais e geopolíticos, o dólar se valorizou em relação a todas as moedas. Não há nenhum comportamento atípico (do real).” disse o presidente do BC em relação à desvalorização do real que tem ocorrido de forma “um pouco” mais intensa ultimamente.
Diminuição dos spreads bancários para o Banco Central
Na mesma audiência pública, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que tem como objetivo principal a diminuição dos spreads bancários.
Saiba mais: Minha missão é combater o spread, diz presidente do Banco Central
O presidente do BC afirmou: “concordo que o spread é alto. A minha principal missão é combater o spread.”
“Vamos organizar todo o crédito privado. Quando eu fizer isso, não preciso de compulsório tão alto” salientou o presidente do Banco Central.