BNDES voltará a financiar países vizinhos, afirma Lula

Em sua viagem à Argentina, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou hoje (23) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltará a financiar projetos de desenvolvimento e de engenharia em países vizinhos. Segundo o mandatário, “o Brasil não pode se apequenar”.

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Isso porque, segundo Lula, a atuação do BNDES é importante para garantir o protagonismo do Brasil no financiamento de grandes empreendimentos e no desenvolvimento da América Latina.

“O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e os projetos de engenharia, para ajudar empresas brasileiras no exterior e para que os países vizinhos possam crescer e até vender o resultado desse enriquecimento para um país como o Brasil”, declarou o presidente da República.

No discurso, o presidente também defendeu que o banco de fomento empreste mais. “Faz exatamente quatro anos que não empresta dinheiro para desenvolvimento porque todo dinheiro do BNDES é voltado para o Tesouro, que quer receber o empréstimo que foi feito. O Brasil parou de se desenvolver e parou de compartilhar a possibilidade de crescimento com outros países”, disse.

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No governo anterior, houve auditorias no BNDES em financiamentos a países latino-americanos na década passada e divulgou o resultado numa página especial no site da instituição na internet. As investigações não encontraram irregularidades.

Financiamento especial

Durante a viagem de Lula à Argentina, será apresentada a proposta de um mecanismo de financiamento às exportações de manufaturados do Brasil ao país. Bancos brasileiros públicos e privados concederiam empréstimos em reais para importadores argentinos que comprarem produtos industrializados do Brasil.

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Os dois países forneceriam garantias (recursos para cobrir eventuais calotes e impedir que os juros subam). O Tesouro Nacional usaria recursos do Fundo Garantidor às Exportações. Os financiamentos só seriam liberados quando a Argentina oferecer a quantia equivalente em reais, por meio de títulos ou contratos com circulação internacional depositados nos Estados Unidos, na Inglaterra ou no Brasil.

O mecanismo funcionaria em moldes semelhantes aos financiamentos concedidos pela China aos importadores argentinos desde 2019. A diferença é que o país asiático fornece contratos de swap (troca de moedas), que passam pelos bancos centrais da China e da Argentina.

Lula fala em moeda comum com a Argentina

Os presidentes do Brasil e da Argentina assinaram um artigo no jornal argentino Perfil no domingo (22), em que defendem o início de estudos da criação de uma moeda comum entre os países da América do Sul.

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A notícia gerou comoção nas redes sociais, com a perspectiva do fim do real. Contudo, uma moeda comum não significa um único câmbio para todos os países do bloco, como acontece na zona do euro. O economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, diz que esse é o principal ponto de atenção neste momento.

“É uma moeda para transações financeiras e comerciais, que visa facilitar o comércio entre os dois países. Na balança comercial, a Argentina representa 5% das nossas importações, na média”, disse, em entrevista ao Suno Notícias.

Na publicação de Lula e Fernández, os dois chefes disseram que decidiram avançar nas discussões sobre a moeda sulamericana “levando à redução de custos operacionais e reduzindo nossa vulnerabilidade externa”.

Com informações da Agência Brasil

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Janize Colaço

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