Bolsonaro gastou milhões com camarão, picanha e hotéis caros
Durante o mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse ao menos 15 vezes em lives que não utilizava cartão corporativo, segundo a apuração do jornal O Estado de S.Paulo.
Porém, em quatro anos no cargo de presidente da República, Bolsonaro teve ao menos R$ 27,6 milhões em despesas.
Os gastos vieram a público a partir de um requerimento da agência Fiquem Sabendo à Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Publicamente era comum Bolsonaro mostrar que tinha gostos simples, comendo cachorro-quente, pastel, churrasquinho com farofa, entre outras iguarias da culinária popular e de baixo custo.
No entanto, a lista de despesas do cartão corporativo de Bolsonaro mostra que a realidade era outra.
Bolsonaro, que durante a alta da inflação afirmou que os brasileiros estavam comendo demais, chegou a gastar R$ 2,2 mil em um único dia comprando 4,2 kg de camarão rosa, 7,2 kg de bacalhau e 10,8 kg de filé de robalo.
Em fevereiro de 2019, foram gastos R$ 743,90 em duas peças de filé mignon. No mês seguinte, R$ 743,26 apenas em picanha.
Foram realizados gastos significativos na padaria carioca Santa Marta, com notas fiscais variando de R$ 880 a R$ 55 mil, com média de R$ 18 mil. Ao todo, Bolsonaro gastou R$ 362 mil no estabelecimento.
O La Palma, mercado gourmet em Brasília com produtos para a alta gastronomia, contabilizou 1,2 mil compras pagas com o cartão de crédito corporativo do ex-presidente.
O Hotel Ferraretto no Guarujá (SP), um dos favoritos do ex-presidente, recebeu R$ 1,46 milhão após estadias de Bolsonaro entre 2019 e 2022.
Bolsonaro também usou o cartão para custear 19 vezes em que foi ao restaurante Outback. A última foi em 17 de dezembro de 2022. Em média, foram gastos R$ 300 a cada ida ao restaurante.
Outro gasto do ex-presidente foi de cerca de R$ 78 mil em uma adega em Taguatinga (DF).
“Nunca gastei um centavo. Eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar tubaína, mas nunca usei”, disse Bolsonaro em outubro do ano passado em entrevista à Jovem Pan.