Hapvida (HAPV3): Goldman Sachs segue analistas de bancos e rebaixa ação; preço-alvo é cortado

Nesta quinta-feira (12), o Goldman Sachs rebaixou a recomendação para as ações da Hapvida (HAPV3) de “compra” para “neutro”. Os analistas cortaram também o preço-alvo de R$ 8,50 para R$ 6.

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O Goldman Sachs segue otimista com a tese de consolidação do setor de saúde, mas acredita que o ponto de entrada atual das ações da Hapvida não é atraente. As ações fecharam esta quinta em queda de 5,43%, cotadas a R$ 4,35.

O GS explicou o motivo do rebaixamento da Hapvida em três pontos:

  • Projeção de um valuation de 25x de P/L (Preço/Lucro) ajustado em 2023, que os analistas veem como pouco atraente ante os níveis históricos;
  • potencial queda nas ações caso as taxas de juros demorem mais para se normalizar no Brasil; e
  • falta de gatilhos de curto prazo para um potencial re-rating (reavaliação), já que projetam um desempenho modesto em rentabilidade e crescimento orgânico nos próximos trimestres.

O Preço/Lucro (PL) é um indicador financeiro formado pela relação entre o preço atual de uma ação dividida pelo lucro por ação desse ativo. A métrica é utilizada pelos investidores que procuram avaliar o preço justo do papel.

Além disso, o GS antecipa um ambiente competitivo ainda desafiador para o crescimento orgânico da Hapvida no início de 2023, mas espera melhora no médio prazo.

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O principal risco para a Hapvida neste ano, dizem os analistas, é a normalização do nível do OPEX.

O OPEX é um indicador para o capital empregado para melhorar ou garantir a manutenção dos bens físicos de uma empresa.

“Observamos que o último trimestre [3T22 da Hapvida] definiu um nível de SG&A [Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas] acima do esperado para a empresa, principalmente relacionados a salários médicos mais altos”, explicaram.

Paralelamente, os analistas do GS ainda esperam uma recuperação de rentabilidade da Hapvida proveniente de outras fontes, como a maturação de sinergias com a NotreDame Intermédica (GNDI3) e melhoria de margens de empresas recém-adquiridas para ajudar MLR (Medical Loss Ratio ou índice de perdas médicas) consolidado da Hapvida a se recuperar.

Na segunda-feira (9), o Bank of America, JP Morgan e Bradesco BBI rebaixaram as suas recomendações dos papéis da Hapvida para “neutro”. Depois disso, as ações despencaram 11%.

“Os resultados estão deteriorando significativamente desde o M&A com a NotreDame Intermédica e acreditamos que a companhia esteja passando por mudanças estruturais, especialmente em termos de MLR [medical loss ratio, em inglês; um indicador de sinistralidade]”, disse o BofA.

Além disso, os analistas destacam os múltiplos atuais, considerados excessivos. As ações da Hapvida negociam cerca de 29x o lucro estimado para 2023.

O BBI destacou ter uma visão “mais cautelosa” com as margens após ver os números da Hapvida do último trimestre – e cortou em 18% as estimativas para o Ebitda e 40% as projeções de lucro – para R$ 3,65 bilhões e R$ 965 milhões, respectivamente.

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Ana Clara Macedo

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