Americanas (AMER3) encontra rombo de R$ 20 bilhões em balanço; Rial deixa presidência

A Americanas (AMER3) revelou nesta quarta (11), em comunicado enviado à CVM, que detectou inconsistências estimadas no total de R$ 20 bilhões em lançamentos contábeis. Após descobrir o rombo no balanço, o diretor-presidente, Sergio Rial,, e o Relações com Investidores, André Covre, empossados no último dia 2 de janeiro, decidiram deixar a companhia.

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No documento, o balanço da Americanas apontou incongruências em operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem, incluindo 2022. No entanto, as movimentações não estão refletidas na conta fornecedores, conforme as demonstrações financeiras.

A inconsistência de R$ 20 bilhões é da data-base de 30/9/2022. O montante apontado é maior que o valor de mercado da própria Americanas na Bolsa (R$ 10 bilhões).

“As estimativas estão sujeitas a confirmações e ajustes decorrentes da conclusão de trabalhos de apuração e dos trabalhos a serem realizados pelos auditores independentes, após o que será possível determinar adequadamente todos os impactos que tais inconsistências terão nas demonstrações financeiras da companhia”, diz o fato relevante da Americanas.

“Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia”, diz ainda o fato relevante divulgado.

Diante disso, o diretor-presidente, Sergio Rial, e o diretor de Relações com Investidores, André Covre, anunciaram suas saídas. Interinamente, o conselho de administração da Americanas anunciou João Guerra, que ocupava a posição de diretor de RH, para assumir as duas posições.

Procurada pelo Suno Notícias, a Americanas afirmou que “não acrescentará informações ao que já foi dito no comunicado ao mercado”.

Guerra também atua nas áreas de tecnologia da Americanas e não tem envolvimento anterior na gestão contábil ou financeira, destaca o fato relevante divulgado há pouco.

Rial atuará ainda como assessor, apoiando os acionistas de referência da companhia no processo de apuração do ocorrido.

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Comitê independente será instaurado para apurar o rombo

Após serem observadas as inconsistências contábeis na Americanas, a companhia anunciou a criação de um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram os fatos.

“[O grupo] terá os poderes necessários para a condução de seus trabalhos”, diz o comunicado.

“Os acionistas de referência da Americanas, que têm 31, 13% das ações da companhia e estão presentes no quadro acionário há mais de 40 anos, informaram ao Conselho de Administração que pretendem continuar suportando a companhia, tendo o Sr. Sergio Rial como seu assessor nesse processo, prestando apoio na condução dos trabalhos”, diz ainda o documento.

Esses acionistas de referência são Carlos Alberto da Veiga Sucupira, Cláudio Moniz Barreto Garcia, Eduardo Saggioro Garcia e Jorge Paulo Lemann, sócios da 3G.

Sergio Rial ficou pouco mais de 10 dias no comando

Ex-CEO do Santander Brasil (SANB11), Sergio Rial assumiu o comando da Americanas em 2 de janeiro de 2023. 

Em dezembro, quando ainda aguardava a posse, Rial falou sobre a visão negativa que o mercado financeiro tem da Americanas atualmente. Em resposta a um seguidor, disse que “a melhor resposta a eles é desempenho e resultado, e nisso focaremos”.

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Já em um comunicado divulgado na noite de hoje, Rial falou sobre a decisão de deixar o comando da Americanas “por causa do ajuste que obriga priorizarmos duas frentes claras”, que são:

  • gestão do negócio do dia
  • busca de soluções que visem a readequação da estrutura patrimonial da empresa.

“A posição de caixa da empresa é sólida, com mais de R$ 8 bi, e seguiremos pagando nossos fornecedores no prazo estimulado e todas as nossas obrigações”, escreveu Rial. “É verdade que o impacto [da inconsistência contábil] pode ser grande, mas continuamos focando na construção de grandes trimestres em 2023. Em varejo, é um dia de cada vez.”

Confira abaixo o comunicado do ex-CEO da Americanas na íntegra:

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Ações da Americanas lideravam altas na última semana

Nos últimos fechamentos do Ibovespa, os papéis da Americanas tiveram altas constantes. Embora no acumulado dos últimos 12 meses tenha ocorrido uma desvalorização de 58,39%, no mês atual, desde que Rial assumiu a empresa, a alta foi de 32,89%. Nesta quarta-feira, a AMER3 subiu 0,76%, com papéis cotados a R$ 12.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Janize Colaço

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