Pague Menos (PGMN3): nova fusão e aquisição? Veja os planos da empresa para este e o próximo ano

O ano de 2022 foi muito importante para a Pague Menos (PGMN3), com a aquisição das 382 farmácias Extrafarma, que ajudaram a companhia a se tornar a segunda maior rede de farmácias do Brasil, atrás apenas da Raia Drogasil (RADL3). A companhia revelou ao Suno Notícias estratégias para crescer ainda mais em 2023 e 2024.

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Em 2022, o faturamento da Pague Menos atingirá cerca de R$ 10 bilhões, segundo a empresa, R$ 2 bilhões a mais do que o faturamento de 2021.

Em entrevista ao Suno Notícias, Luiz Novais, VP financeiro e de RI da companhia, afirmou que o foco agora é a integração das lojas da Extrafarma, que durará dois anos, cujo desenvolvimento se dará principalmente em 2023. “O volume relevante de capturas de sinergias vai acontecer a partir do segundo trimestre do próximo ano”, comentou o executivo.

Essas sinergias resultam em um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) incremental por ano estimado em R$ 180 a R$ 257 milhões. Em 2021, a Pague Menos teve um Ebitda ajustado de R$ 671,0 milhões.

Depois disso, existe a possibilidade de a Pague Menos buscar em uma nova fusão ou aquisição (M&A) a partir de 2024, diz o executivo.

O outro foco está nas inaugurações de 60 lojas em 2023 e 120 em 2024. Em comparação, foram inauguradas 80 lojas em 2021 e 129 em 2022. Além disso, deve ocorrer o amadurecimento de cerca de 200 lojas abertas, que deve durar 3 anos, na avaliação de Novais.

Atualmente, a Pague Menos possui 1600 pontos de venda. O objetivo é reforçar os serviços de saúde. As redes têm 60 serviços diferentes oferecidos, no espaço intitulado “Clinic Farma”, com testes de covid, telemedicina, hemogramas, por exemplo.

Existe, por exemplo, a parceria com a Hapvida (HAPV3), que oferece serviços gratuitos nas lojas para os beneficiários, trazendo um fluxo adicional de clientes, e com a Dasa (DASA3), para proporcionar uma estrutura para a venda e aplicação dos produtos farmacêuticos da companhia.

O público-alvo destas unidades de saúde é a população com salário de até R$ 4,500. Entre esses clientes, 77% não têm plano de saúde integrado.

“Oferecemos serviços de saúde a um preço bastante acessível. Em uma telemedicina, por exemplo, vendemos pacotes por R$ 9,90, sem agendamento.”, ressalta o executivo.

O objetivo final desta estratégia é a fidelização de clientes da Pague Menos. O cliente do programa de fidelidade da companhia, o Sempre Bem Saúde, possui um ticket médio 38% maior do que o cliente regular da companhia. O primeiro, ao passar em uma teleconsulta gasta R$ 105, enquanto o segundo compra R$ 76 em produtos na loja.

M&A da Pague Menos em 2024? Entenda

Antes de considerar uma fusão ou aquisição nova, a Pague Menos prioriza a integração completa da Extrafarma, mas a empresa não descarta a possibilidade de um novo M&A a partir de 2024.

“A gente considera a possibilidade de novas aquisições, mas dependerá se encontrarmos no mercado outra rede de farmácia que tenha um valor justo – como foi o da Extrafarma”, explica Novais.

Há oportunidades relevantes para a Pague Menos neste mercado, pois cerca de 50% de lojas farmacêuticas estão nas mãos de farmácias independentes.

Para monitorar essa estratégia, a Pague Menos constituiu uma Diretoria de fusões e aquisições neste ano.

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E-commerce e marketplace da Pague Menos

O e-commerce e o marketplace da Pague Menos são frentes que a companhia investe há quatro anos. O resultado deste foco no digital representa 11% das vendas totais da companhia.

Dos R$ 10 bilhões projetados para faturar em 2022, cerca de R$ 1 bilhão vieram dos canais digitais da empresa.

Segundo o executivo, esta ferramenta tem um potencial de incremento muito alto.

Em 2023, a Pague Menos será patrocinadora do Big Brother Brasil. A companhia irá fazer campanhas promocionais “relâmpagos” por meio dos canais digitais. “Estamos fomentando o cliente tradicional de farmácia a comprar mais através dos canais digitais”, completa Novais.

Envelhecimento da população

A companhia afirma que deve continuar priorizando a assistência do envelhecimento da população – “público fiel” de farmácias e medicamentos.

O executivo lembra que a população está envelhecendo muito rápido: “A cada ano que passa, 1,5 milhão de pessoas atingem 50 anos. Este é um público que, na média, consome quatro vezes mais produtos de saúde do que os mais jovens.”

Por esse motivo, apesar dos efeitos macroeconômicos, a Pague Menos enxerga que o setor farmacêutico crescerá de 10% a 14% anualmente.

Ações da Pague Menos: comprar ou não?

A XP Investimentos possui recomendação de “compra” para as ações da Pague Menos, com preço-alvo de R$ 7.

Os analistas consideram que a expansão orgânica da rede de farmácias permanece no caminho certo, depois dos resultados do terceiro trimestre de 2022. Para o 4T22, acreditam que verão economias de despesas gerais e administrativas por conta da unificação da estrutura corporativa.

Para o BB Investimentos, que conferiu recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 10 para o ativo, a companhia está vivenciando um momento expansão orgânica combinado com a integração da Extrafarma ao negócio, adicionando maior complexidade à execução de sua estratégia.

A Genial Investimentos também destaca que os desafios daqui para frente para a Pague Menos são o fluxo maior de clientes, a cesta de compras e as rupturas de estoque. As rupturas são caracterizadas pelos momentos em que há falta de produtos para atender a demanda.

Os analistas têm recomendação de “compra”, com preço-alvo de R$ 11.

Em 2022, as ações da Pague Menos caíram cerca de 52%, terminando o ano cotadas a R$ 4,38. Desde o início de 2023 até esta segunda-feira (9), as ações caem 0,70%.

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Ana Clara Macedo

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