Gol (GOLL4) estima queda de R$ 2,30 por ação no 4T22; projeções dividem analistas

Gol (GOLL4) anunciou ontem (3) as projeções sobre seu desempenho operacional no quarto trimestre de 2022. Entre os destaques, está a estimativa de prejuízo por ação de R$ 2,30. Diante desse cenário, analistas do mercado se dividiram: o Itaú BBA recomenda cautela, enquanto o Goldman Sachs (GSGI34) reiterou a compra de papéis da Gol.

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De acordo com as projeções da Gol enviadas ao mercado, a aérea estima que, entre outubro e dezembro, tenha obtido um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de aproximadamente R$ 3,6 bilhões, alta anual de 20%.

Já a receita unitária de passageiros da Gol (PRASK) também pode ter crescido 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a companhia destaca que a demanda (RPK) deve subir 27% e capacidade (ASK), 31% no 4T22 em relação ao mesmo período de 2021.

“[A alta foi] impulsionada pela recuperação contínua na demanda de viagens de lazer combinada com um aumento em viagens internacionais”, explica a Gol.

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Itaú BBA continua cauteloso com as ações da Gol

Diante dos números apresentados, o Itaú BBA manteve recomendação neutra de compra de ações da Gol com preço-alvo de R$ 22. Segundo os analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano, o Ebitda apresentado ficou abaixo do esperado, assim como a deterioração na alavancagem da empresa.

Apesar disso, o banco apontou que alguns dados positivos também foram apresentados — como a alta de 6% nas passagens em relação ao terceiro trimestre.

“O rendimento implícito sugere que os preços das passagens aéreas subiram 6% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e 24% em relação ao mesmo período do ano passado, reforçando nossa visão de que o setor está conseguindo ser racional na precificação.”

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Goldman Sachs recomenda compra

Por outro lado, a Goldman Sachs manteve a recomendação de compra das ações da Gol, com um preço-alvo de R$ 14,90. Segundo o banco, “as projeções da aérea indicam que ela tem conseguido repassar seus custos e elevar gradualmente sua lucratividade”.

Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, analistas que assinam o relatório, também destacam que a expansão das receitas unitárias, no comparativo anual, reforça a habilidade da Gol em transferir o impacto do aumento do combustível de aviação nas despesas aos preços das passagens.

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Otimismo para 2023

A Gol disse estar otimista com este ano. Divulgadas hoje, as projeções da Gol para 2023 estimam uma receita líquida de R$ 20 bilhões neste ano. O valor apontado representa um crescimento de 31,5% sobre a projeção de faturamento de R$ 15,2 bilhões em 2022.

Além disso, a companhia aérea espera gerar um lucro por ação diluído estimado em R$ 0,30 (ou US$ 0,20), representando aproximadamente R$ 130 milhões. Os números vão contra o prejuízo por ação de R$ 4,60 projetado em 2022 (ou US$ 2,30), em cerca de R$ 2 bilhões.

Ainda para 2023, a companhia projeta que seus resultados terão incluídos também R$ 450 milhões da reincorporação da Smiles e R$ 400 milhões das aeronaves Max adicionais na frota. Ao todo, a Gol espera operar entre 118 e 122 aeronaves neste ano.

Cotação da Gol nesta quarta-feira

Nesta quarta-feira (4), as ações da Gol operam em alta de 2,71%, com papéis cotados a R$ 6,81. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a desvalorização das ações está em -54,89%.

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Janize Colaço

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