FIIs

Suno Notícias

20 de dezembro, 2022

Quais são as perspectivas para os fundos imobiliários em 2023? Veja opinião de 8 gestoras

O mercado de fundos imobiliários em 2022 teve de tudo: volatilidade, inflação de dois dígitos, IPCA negativo e cotas despencando. Mas também não faltaram oportunidades: FIIs de CRI com rendimentos nas alturas, emissões de cotas e fundos de tijolo aumentando seus rendimentos.  

Mas e para 2023, quais são as perspectivas para os fundos imobiliários?  Segundo oito gestoras consultadas pela reportagem da Suno, os fundos imobiliários não terão “vida fácil” em 2023.

Com incertezas em relação ao equilíbrio fiscal e controle da inflação para o próximo ano, há possibilidade de grande volatilidade no mercado secundário. Porém, as gestoras dos FIIs se mostraram otimistas em outras frentes, apontando oportunidades de investimentos no mercado real e aumento da renda dos FIIs de diferentes setores.

Para entender melhor o que os especialistas esperam do mercado para os próximos meses, veja em detalhes as perspectivas de 8 gestores de fundos imobiliários: CY Capital, Fator, GTIS Partners, Mogno Capital, REC, Trinus, VBI e XP Asset.

Cy Capital está confiante no próximo ano A CY Capital, responsável pelo FII Cyrela Crédito (CYCR11), acredita que o próximo ano será positivo para os fundos imobiliários. Com uma inflação mais controlada, a gestora acredita que as taxas de juros podem cair. Este movimento será positivo tanto para os fundos de papel quanto para os FIIs de tijolo.

Gustavo Rassi, sócio da Cy Capital, comenta que o setor imobiliário ganha mais estímulos com taxas de juros mais baixas, pois os custos de financiamento caem. Além disso, os investidores ganham maior confiança para investir além da renda fixa, aumentando o interesse pelos FIIs.

A Fator ressalta incertezas e oportunidades A Fator Administradora de Recursos avalia que ainda há incertezas quanto à política macroeconômica para o ano que vem. Se os juros não caírem, o mercado de fundos imobiliários poderá encontrar maiores dificuldades.

Porém, a gestora do VRTA11 acredita que em cenário de maior inflação os FIIs de papel ficam mais atrativos. Prevendo os desafios para o próximo ano, a gestora contou sobre as prioridades de investimentos do VRTA11. 

GTIS Partners quer mais investimentos no Brasil A GTIS Partners, que atua na gestão de ativos imobiliários nos Estados Unidos e no Brasil, também acredita que o mercado imobiliário brasileiro será positivo em 2023.

Existe uma perspectiva favorável, principalmente para o investidor estrangeiro que deseja investir no Brasil. A gestora comenta que, no governo Lula, há expectativa de uma pauta ambiental mais alinhada aos interesses dos investidores estrangeiros. Como a GTIS tem expertise na agenda ESG, a gestão do fundo imobiliário GTLG11 está confiante.

Os FIIs chegam baratos para o ano de 2023, afirma gestora do MGFF11 Para a Mogno Capital, o ano de 2022 foi um dos mais desafiadores para o mercado de fundos imobiliários. Por isso, é provável que 2023 comece com os FIIs sendo negociados com muito desconto no próximo ano.

Porém, os fundos estão com bons fundamentos: “A vacância está baixa, preço de aluguel subindo, ocupação muito boa”, comenta o gestor do MGFF11. Porém, ainda não há muitas certezas sobre como será o andamento da política econômica do novo governo. Mesmo assim, a Mogno acredita que a renda dos fundos imobiliários continuarão atrativas.

REC gestora vê 2023 com otimismo As perspectivas para os FIIs em 2023 são bem otimistas. A REC Gestão de Recursos, responsável pelos FIIs RECR11, RECT11, RELG11 e RECX11, acredita que no próximo ano haverá inflação controlada, juros decrescentes e crescimento econômico, o que ajudará os fundos imobiliários.

O cenário econômico deve beneficiar as distribuições de dividendos dos FIIs e a valorização das cotas. A taxa de juros elevada é uma das maiores culpadas pela crise dos FIIs em 2022, mas não deve continuar nos mesmos níveis em 2023. O gestor do RECR11 comenta que a taxa de juros real está muito elevada e deve sofrer uma acomodação.

TG Core reforça sua tese de investimentos para 2023 A gestora do TGAR11 não nega que o ano de 2023 terá muita volatilidade e incertezas. Mas, assim como em 2022, a TG Core acredita que não faltarão oportunidades para os fundos imobiliários que tiverem boa governança.

A gestora acredita que os fundos deverão investir com os devidos cuidados, a partir de um operacional eficiente e com custos enxutos. Só assim será possível transformar os desafios em uma grande oportunidade. Como complemento, a TG Core acredita que sua tese de investimentos é o seu maior trunfo para 2023, focada no desenvolvimento de projetos no interior do Brasil.

VBI Investimentos tem expectativa positiva no segundo semestre A VBI, gestora do PVBI11, está cautelosa com o ano de 2023, projetando um cenário de incertezas e volatilidade. Para a gestora, no primeiro semestre o Brasil continuará com taxas de juros elevadas, mas com uma possibilidade de reversão a partir do segundo semestre.

Por isso, é possível que na segunda metade do próximo ano abra uma janela de investimentos para os fundos imobiliários, por meio de novas emissões de cotas.

A XP comenta sobre planos para o MXRF11 no ano que vem A XP Asset comenta que 2023 não será um ano fácil para os fundos imobiliários. Mas a gestora promete manter seu trabalho de gestão ativa, gerando ainda mais valor aos seus investidores.

Para o próximo ano, a XP Asset pretende continuar com a originação própria dos seus ativos de crédito. Sem uma emissão de cotas no radar, a gestora confia na robustez dos seus FIIs para fazer estruturação de ativos e venda no mercado secundário.

O gestor do MXRF11 também comenta que se o próximo governo conseguir fazer reformas estruturantes na economia e os juros podem cair, abrindo novas oportunidades de emissões e investimentos.