Magazine Luiza (MGLU3) é rebaixada por causa do vilão econômico de 2023; ações caem

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) foram rebaixadas pelo BB Investimentos de compra para neutra. Segundo relatório divulgado nesta sexta (16), a decisão foi tomada por causa do cenário macroeconômico e, em especial, pela previsão de que o vilão das taxas de juros seguirá elevado no próximo ano.

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Para a analista do BB-BI Georgia Jorge, o papel da Magazine Luiza segue como o preferido do banco no setor do varejo porque é quem “vem se mostrando mais resiliente diante dos percalços macroeconômicos com melhor execução do seu plano estratégico”.

Mesmo assim, ao atualizar o estudo com os resultados do terceiro trimestre de 2022 e com as projeções macroeconômicas, o novo preço-alvo das ações do Magazine Luiza para o final de 2023 ficou em R$ 3,50. Antes, era de R$ 5,60.

Até o início das discussões em âmbito fiscal, nossas perspectivas para o setor eram positivas. Contudo, as revisões das estimativas do mercado aumentando a permanência da taxa de juros brasileira em patamar elevado para contrabalancear as discussões fiscais prejudicam o valuation das companhias [do varejo].

Esse vilão também foi apontado pelo Itaú BBA como um dos desafios da varejista da família Trajano em 2023. Para os analistas do banco, as ações do Magalu são classificadas como market perform (equivalente a recomendação neutra).

“As incertezas macro criam um cenário de demanda ainda desafiador, mas vemos o Magazine Luiza bem posicionado”, ressaltaram os analistas do BBA Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes. Para eles, o ideal é esperar um melhor ponto de entrada para os papéis do Magazine Luiza.

As condições macroeconômicas negativas, impulsionadas por altas taxas de juros, redução do poder de compra e baixa confiança do consumidor, tiveram um impacto negativo nas categorias de bens duráveis. Além disso, o desempenho mais fraco do e-commerce neste ano contribuiu para resultados menores nos últimos meses.

Contudo, em 2023, o BBA projeta um crescimento do e-commerce brasileiro em 14%, e o Magalu pode aumentar sua fatia de mercado deste setor para 18%, justamente por já estar bem posicionado entre os consumidores locais.

Neste caso, os analistas trabalham com o preço-alvo da ação em 2023 de R$ 3,2, o que mostra um potencial de valorização de 23%.

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Além do Magazine Luiza: BB-BI analisa Americanas (AMER3) e Via (VIIA3)

O relatório do BB-BI também analisou a Americanas (AMER3) e a Via (VIIA3). No primeiro caso, a recomendação continua de venda, com um novo preço-alvo de R$ 8,10 para o final de 2023 (antes R$ 23,70). No segundo, a recomendação foi mantida como neutra, mas o preço-alvo para esse período também caiu: foi de R$ 4,70 para R$ 3,30.

Segundo a especialista, na Americanas, a recomendação de venda foi “por causa da divulgação de resultados negativos no 3T22, bastante inferior às expectativas, com destaque especial para o expressivo consumo de caixa operacional no período”.

Na Via, os motivos da neutralidade são as “dúvidas que pairam sobre o equilíbrio dos canais de vendas e o impacto disso na rentabilidade da companhia, o que pode impactar no potencial de valorização hoje existente entre o preço corrente e o nosso preço-alvo”

Por volta das 13h15, as ações do Magazine Luiza operavam em queda de 6,15%, ao preço de R$ 2,44, segundo o Status Invest.

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Erick Matheus Nery

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