Fleury (FLRY3) investe em público popular: “Foco no crescimento”, diz XP
A Fleury (FLRY3) está investindo em marcas de laboratórios voltadas para o público de menor renda, com o aumento de usuários de planos de saúde de clientes com poder aquisitivo mais baixo.
Segundo informações do Valor, a Fleury está tentando novamente atuar neste mercado, que experimentou há dez anos, quando não obteve sucesso. Sua expertise é o público de alta renda.
O Grupo Fleury já comprou, em 2008, o laboratório Campana, de perfil popular, porém fechou a operação em 2011. Entretanto, o Fleury está retomando a empresa, abrindo seis unidades em São Paulo. No Rio de Janeiro, a companhia tem a marca Lafes, do mesmo segmento.
Segundo Jeane Tsutsui, presidente do Fleury, essas são unidades com “estrutura mais enxuta, que realizam exames de análises clínicas, com um custo de processamento menor”.
A Fleury prevê a abertura de 10 a 13 dessas unidades, ao ano, da Campana.
A presidente afirmou que a Fleury está mais preparada desta vez. “Aprendemos bastante nos últimos anos. Estamos preparados para atuar em todos os segmento”, disse Tsutsui.
Fleury Day: visão dos Analistas
Na segunda-feira (12), a Fleury sediou o seu Investor Day. Após o evento, o BTG Pactual afirmou que a Fleury está com “mentalidade de crescimento”.
Segundo o banco de investimentos, a Fleury explorou três principais caminhos de crescimento:
- crescimento contínuo em seu negócio principal (medicina diagnóstica);
- crescimento de novos serviços como infusão, oftalmologia, ortopedia e fertilidade; e
- aprimorar sua plataforma digital Saúde iD, oferecendo um marketplace para os
seus pacientes.
O grupo não forneceu nenhuma perspectiva quantitativa ou guidance no Investor day, mas a empresa parece otimista ao BTG com as oportunidades de crescimento, principalmente após a integração da Hermes Pardini (PARD3).
O BTG Pactual tem recomendação “neutra” para as ações da Fleury, com preço-alvo de R$ 17. Entretanto, o banco de investimentos tem um viés positivo nas ações da Fleury desde o anúncio da fusão com a Pardini.
Além disso, o BTG observou os sólidos resultados da Fleury no terceiro trimestre reforçando esse viés positivo.
”Mas uma reavaliação irá depender da alocação de capital e captura de sinergias relacionadas à Pardini”, explicam os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima.
Para a XP Investimentos, os destaques do Fleury Day, foram:
- o volume demandado por diagnósticos parece estar aumentando, e o Fleury está conseguindo ganhar participação de mercado;
- a frente de novos negócios pode continuar se tornando cada vez mais relevante para os resultados;
- a empresa ainda está avaliando o tamanho das sinergias da aquisição do Pardini e espera que não tenha nenhum questionamento no processo de avaliação do Cade.
O analista Rafael Barros considerou as mensagens como positivas, especialmente quando considerando que existem frentes de crescimento tanto em laboratórios e análises clínicas quanto em novos negócios.
Além disso, a vertical de novos negócios representa 8% da receita da companhia, que está expandindo organicamente, com a inauguração de 4 unidades da marca Vita, 3 unidades da marca Moacir Cunha e 1 unidade da marca CIP.
A XP Investimentos tem recomendação “neutra” para a empresa, com preço-alvo de R$ 29. O Itaú BBA também reiterou recomendação “neutra”, com o preço-alvo de R$ 19 para as ações da Fleury.
Cotação
Os papéis da Fleury fecharam em alta de 3,48%, cotados a R$ 15,48, nesta quarta-feira (14).