B3 (B3SA3) pode ampliar produtos internacionais e estender horário de funcionamento
A B3 (B3SA3) poderá ampliar produtos internacionais e estender seu horário de seu funcionamento. Em encontro anual com investidores, nesta segunda-feira (12), Gilson Finkelsztain, presidente-executivo, destacou que essas são as iniciativas atualmente estudadas pela bolsa brasileira. As informações são do Valor Econômico.
“Queremos ampliar as possibilidades e as alternativas dos investidores locais terem acesso a produtos que podem ser negociados no Brasil de forma mais barata”, destacou o executivo.
Além disso, Finkelsztain pontuou que até o ano passado um dos temores da bolsa brasileira era a exportação do mercado de capitais internacionalmente. Porém o cenário mudou.
“A gente tinha empresas significativas listadas fora, sem alternativa de ter a negociação no Brasil. Hoje, temos a alternativa do BDR não patrocinado”, reforça.
Já em relação ao horário de funcionamento, embora defenda que a expansão é estudada e revele que há demandas no mercado para alguns produtos, Finkelsztain é mais contido. “Não necessariamente devemos ir para o 24 horas por sete dias”, disse o presidente-executivo da bolsa brasileira.
Bolsa brasileira quer limites para internalização de ordens
Finkelsztain defendeu limites para a internalização de ordens. O executivo afirmou não ser “conceitualmente contrário ao modelo”, mas afirmou que um uso irrestrito pode não ser saudável para o mercado.
“A B3 é contra permissão irrestrita para internalização de ordens de operação no mercado.”
O assunto não é recente, já que na semana passada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou seus assuntos prioritários para 2023, e incluiu a internalização de ordens.
B3 estima desembolsos totais de até R$ 2,775 bilhões no ano de 2023
De acordo com as informações financeiras mais recentes da B3, relativas ao terceiro trimestre de 2022 (3T22), a empresa tinha reservas de capital no valor de R$ 7,9 bilhões.
A B3 também divulgou nesta quinta-feira as projeções em relação ao seu desempenho financeiro para 2023, prevendo desembolsos totais entre R$ 2,435 bilhões e R$ 2,775 bilhões.
Desse valor, a estimativa da B3 é de R$ 1,4 bilhão a R$ 1,5 bilhão que devem ser destinados a despesas ajustadas no negócio principal.
Além disso, os investimentos da B3 no negócio principal devem totalizar entre R$ 180 milhões e 230 milhões.
O valor estimado que pode ser consumido por despesas com novos negócios é de R$ 595 milhões a R$ 665 milhões, além de R$ 20 milhões a 60 milhões em investimentos.
Para 2023, a estimativa de recursos que devem ser destinados a despesas relacionadas ao faturamento é de R$ 240 milhões a 320 milhões.
Outra estimativa da B3 é de que os valores para depreciação e amortização totalizem de R$ 975 milhões a R$ 1,055 bilhão, com a projeção de ter uma alavancagem financeira de 1,9 vez, resultante na divisão entre a dívida bruta da B3 e seu Ebitda recorrente.
A B3 também projeta distribuir de 110% a 140% do lucro líquido aos seus acionistas no ano que vem.