Ibovespa sobe 0,25%, mas perde 4% na semana; CSN Mineração (CMIN3) lidera altas no dia

O Ibovespa terminou a sessão de sexta-feira (9) em alta de 0,25%, aos 107.519,56 pontos. A pontuação mínima da sessão foi de 107.089,22, enquanto a máxima do dia foi de 108.565,57 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 20,1 bilhões, no dia em que os primeiros cinco ministros do próximo governo foram anunciados pelo presidente eleito Lula, com a confirmação de Fernando Haddad, na Fazenda, e de Rui Costa, na Casa Civil.. Na semana, o índice encerrou em baixa 3,94%. No mês, o Ibovespa cede 4,42%, o que limita os ganhos do ano a 2,57%.

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Em sexta-feira de volume financeiro enfraquecido na despedida do Brasil da Copa do Catar, o Ibovespa buscou resistir à tristeza e fechou em alta, ainda que leve, apesar do sinal negativo, na maior parte da sessão, em Nova York. Hoje, na mínima, tocou 107.089,22 pontos, saindo de abertura aos 107.249,76 pontos. O giro foi de R$ 20,2 bilhões

O Ibovespa hoje sobe em dia da indicação oficial de Fernando Haddad para a Fazenda. Ele já era um nome cotado e já vinha participando de reuniões estratégicas da equipe de transição e relacionadas a economia.

As preocupações do mercado financeiro, principalmente de investidores domésticos, com Fernando Haddad são “exageradas” e a Faria Lima está “superestimando os riscos” da atuação dele no ministério da Fazenda, avalia a consultoria inglesa TS Lombard. “Acreditamos que esse medo é exagerado e o mercado está avaliando mal os riscos, o que pode levar a oportunidades de compra no futuro”, comentam os analistas da TS, Elizabeth Johnson e Wilson Ferrarezi, em relatório.

“O mercado é pragmático e gosta daqueles que têm identificação consigo, mas não necessariamente o ministro precisa ser o técnico, pelo contrário. Pode ter perfil mais político, como é o caso agora, alguém em que o Lula confia e que possa ter um relacionamento mais fácil com as bancadas, com os políticos. Mais do que a figura do Haddad, precisamos entender ainda qual será o plano de governo”, diz Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, acrescentando que, com o tempo, será preciso afastar qualquer impressão de que o novo governo Lula penda para uma continuação da última passagem do PT pelo poder, com Dilma Rousseff.

“Haddad na economia já era um nome mais do que certo, é preciso aguardar agora qual será sua equipe econômica. A gestão dele na prefeitura de São Paulo mostrou cuidado com o lado fiscal. Obviamente, o governo não terá apenas gastos, mas também receitas para cobrir esses gastos. A tendência é por aumento de impostos e retirada, em certos casos, de subsídios, o que não é tão fácil de passar pelo Congresso como ampliar os gastos”, observa Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos.

“Embora o Haddad já estivesse no radar de que seria o escolhido para a Fazenda, o mercado preferiria alguém com perfil um pouco mais técnico. Quando houve a confirmação do nome, o dólar estressou um pouco, mas depois se acomodou, subindo menos. A incerteza com relação a isso foi superada, com a definição de quem será o próximo ministro”, diz Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest. No fechamento desta sexta-feira, o dólar à vista mostrava alta de 0,57%, a R$ 5,2456.

Segundo Caio Canez de Castro, sócio da GT Capital, o Ibovespa já vinha precificando esse cenário.

“A indicação de Lula para o Ministro da Fazenda mostra que teremos o presidente muito ativo na área de economia. Lula tem falado que vai usar muitos recursos para programas de distribuição de renda, saúde e educação, que não são setores que geram dinheiro”, diz Castro.

“Com certeza, vamos ver Haddad muito próximo das decisões de Lula e um governo com bastante gasto social. Não podemos deixar de ter atenção em relação ao risco fiscal, que é o fator principal de preocupação para o mercado, que colabora para o cenário de volatilidade na bolsa”, completa o sócio da GT Capital.

Em dia de alta do minério de ferro, a Vale (VALE3) e commodities também seguiram no positivo. Notícias boas vindas da China com a flexibilização das medidas restritivas em relação à Covid-19 continuam trazendo otimismo para as empresas do setor.

Mais cedo, o mercado tomou nota também da leitura sobre o IPCA de novembro, com alta de 0,41% em relação a outubro. “No ano e nos últimos 12 meses, o índice acumula altas de 5,13% e 5,90%, respectivamente. Assim como o IPCA-15, os últimos resultados mostram que a tendência é terminarmos o ano com uma inflação próxima dos 6,00%”, aponta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. “Esses dados mostram que o cenário inflacionário segue em arrefecimento e benigno para o Banco Central”, acrescenta o economista.

De acordo com o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, entre os participantes, 50% disseram acreditar que o Ibovespa fechará a próxima semana com alta, enquanto 33,33% afirmaram esperar estabilidade. Os que veem queda são 16,67%. Na pesquisa da semana passada, a expectativa de alta tinha fatia de 37,50%; de queda era também de 37,50%; e 25,00% projetavam variação neutra.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta sexta-feira, em uma sessão marcada pela divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em novembro. Os números levantaram interpretações sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em seu aperto monetário.

A leitura acima do esperado por especialistas sugeriu maior agressividade pela autoridade monetária, mas ainda houve uma visão de que a desaceleração na alta de juros não deverá ser alterada.

  • Dow Jones: -0,90%, aos 33.476,46 pontos
  • S&P 500: -0,73%, aos 3.934,38 pontos
  • Nasdaq: -0,70% aos 11.004,62

Na semana, houve queda de 2,77%, 3,37% e 3,99%, respectivamente.

O petróleo fechou em baixa na sessão desta sexta-feira, 9, com o mercado ainda reagindo às perspectivas de contração global, alimentadas por dúvidas quanto à política de flexibilização das restrições à covid-19 na China. Dados de inflação tanto na China como nos EUA mostram que as pressões sobre os preços continuam resistentes.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro de 2023 fechou em queda de 0,62% (US$ 0,44), a US$ US$ 71,02 o barril, enquanto o Brent para fevereiro negociado na Intercontinental Exchange (ICE) fechou em queda de 0,07% (US$ 0,05), a US$ 76,10 o barril. Na semana, os recuos foram de 11,2% e 11,1%, respectivamente.

O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta, 9, ainda observando as perspectivas para a política monetária nos Estados Unidos.

No entanto, a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) com uma leitura um pouco acima do esperado pelos analistas pressionou os preços do metal, uma vez que reforçou as perspectivas de um aperto maior por parte do Federal Reserve (Fed).

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em alta de 0,51%, a US$ 1.810,7 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, o principal destaque de alta foi CSN Mineração (CMIN3), que disparou 10,00%. CSN (CSNA3) subiu 5,19% e a Bradespar (BRAP4), 3,91%. Outras empresas de destaque nesta sessão foram Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), que subiram mais de 3,5%.

Entre as quedas, o principal destaque foi a Yduqs (YDUQ3), que caiu 5,83%. Hapvida (HAPV3) recuou 5,02%, enquanto Rede D’Or (RDOR3) teve uma baixa de 4,83%. São Martinho (SMTO3) e Banco Pan (BPAN4) também tiveram forte queda, de 4,68% e 3,95%, respectivamente.

Maiores altas do Ibovespa

  • CSN Mineração (CMIN3): +10,00%
  • CSN (CSNA3): +5,19%
  • Bradespar (BRAP4): +3,91%
  • Klabin (KLBN11): +3,58%
  • Suzano (SUZB3): +3,56%

Maiores baixas do Ibovespa

  • Yduqs (YDUQ3): -5,83%
  • Hapvida (HAPV3): -5,02%
  • Rede D’Or (RDOR3): -4,83%
  • São Martinho (SMTO3): -4,68%
  • Banco Pan (BPAN4): -3,95%

Na semana, os principais destaques positivos ficaram com Suzano (SUZB3), CSN Mineração (CMIN3), Méliuz (CASH3), Klabin (KLBN11) e Usiminas (USIM5).

Na ponta negativa, os destaques foram Qualicorp (QUAL3), Locaweb (LWSA3), CVC (CVCB3), Rede D’Or (RDOR3) e Magazine Luiza (MGLU3).

Maiores altas da semana

  • Suzano (SUZB3): +7,03%
  • CSN Mineração (CMIN3): +6,82%
  • Méliuz (CASH3): +6,78%
  • Klabin (KLBN11): +6,51%
  • Usiminas (USIM5): +4,13%

Maiores quedas da semana

  • Qualicorp (QUAL3): -18,24%
  • Locaweb (LWSA3): -17,17%
  • CVC (CVCB3): -14,83%
  • Rede D’Or (RDOR3): -14,00%
  • Magazine Luiza (MGLU3): -13,58%

Cotação do Ibovespa nesta quinta (8)

O Ibovespa terminou o pregão da última quinta-feira (8) em baixa de 1,67%, aos 107.249,04 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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João Vitor Jacintho

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