BofA: BC pode cortar Selic até junho de 2023 com “desaceleração do IPCA”

Nesta sexta-feira (9), foi divulgado o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro, que registrou alta de 0,41%.

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O Bank of America (BofA) afirma que o IPCA surpreendeu abaixo das expectativas de 0,54% do mercado e 0,52% dele. Assim, o banco mantém a projeção de IPCA para o final de 2022 em 5,80%.

Na avaliação do BofA, a inflação de dezembro deve ficar em patamar semelhante apesar dos cortes nos preços dos combustíveis.

Esse cenário, na visão do BofA, pode levar a um IPCA abaixo do consenso em 2023, de 4,8% em 2023, ante 5,8% em 2022. A mudança de patamar não deve alterar a dinâmica da inflação, projeta, mas esse ajuste para baixo permitiria que o Banco Central (BC) iniciasse um ciclo de flexibilização da Taxa Selic em junho de 2023.

O principal risco à projeção é a volta dos impostos sobre os combustíveis, ponderam.

Os itens de alimentos em casa, eletrodomésticos e itens de higiene pessoal foram as principais surpresas negativas da projeção do mês do BofA.

“Os preços impulsionados pelo mercado caíram devido aos descontos da Black Friday, impactando itens como perfumes, roupas e calçados e eletrodomésticos”, explicam os analistas.

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IPCA: com alta dos combustíveis, índice sobe 0,41% em novembro

“A alta da gasolina está ligada ao aumento do preço do etanol. Isso ocorreu por causa de um período de entressafra da produção de cana de açúcar. A gasolina leva álcool anidro em sua composição”, afirmou Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.

A inflação acumulada no ano chega a 5,13%. Nos últimos doze meses, o resultado é de 5,90%.

Transporte e alimentos foram os setores que mais impactaram o índice — juntos, eles foram responsáveis por cerca de 71% do crescimento do IPCA em novembro.

Dos noves grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. São eles:

  • Alimentos e bebidas: + 0,53%;
  • Habitação: + 0,51%;
  • Vestuário: + 1,10%
  • Transportes: + 0,83%;
  • Saúde e cuidados pessoais: + 0,02%;
  • Despesas pessoais: + 0,21%;
  • Educação: + 0,02%.

Comunicação (- 0,14%) e artigos de residência (- 0,68%) registraram queda.

As maiores variações no setor alimentar ocorreram na cebola (+23,02%) e no tomate (+ 15,71%). Segundo Kislanov, no caso da cebola, o aumento ocorreu por causa de uma redução da oferta nacional do produto.

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Ana Clara Macedo

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