É possível “investir na Selic” com fundos imobiliários?
Os fundos imobiliários representam importantes ativos para investir de forma simples e barata em imóveis ou outros ativos do setor imobiliário. Com isso, os investidores conseguem ter uma maior diversificação setorial, por localização e em qualidade de inquilinos, gerenciando os riscos do portfólio de maneira mais adequada.
Apesar disso, com a retomada da alta da Selic, muitos investidores de fundos imobiliários acabaram optando pela renda fixa, já que a taxa básica de juros passou de 2% ao ano em janeiro de 2021 para 13,75% atualmente.
Nesta quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgou sua decisão de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, que continua nesse mesmo patamar pela terceira vez seguida.
Mas será que é possível “investir na Selic” com fundos imobiliários? Entenda qual a lógica por trás disso.
É possível “investir na Selic” com fundos imobiliários?
Conceitualmente, não existem formas de investir indiretamente na Selic, mas, sim, optar por ativos que estejam atrelados de forma indireta às variações da taxa básica de juros brasileira.
É essencial que o investidor entenda que, quando se fala em “investir na Selic” com fundos imobiliários, não se trata de um aporte realizado de forma direta na Selic, mas em FIIs que possuam ativos com alguma associação a essa taxa de juros.
Desse modo, são opções de FIIs cujo portfólio de ativos escolhidos pela gestora tem sua performance relacionada às movimentações da Selic.
Dito isso, é possível afirmar que existem opções de “investir na Selic” com FIIs, podendo ser uma alternativa aos investidores que desejam ter seu alocado em fundos imobiliários, mas que também querem se expor às movimentações e rentabilidades proporcionadas pela renda fixa. Mas quais seriam essas opções?
Como “investir na Selic” pelos FIIs?
Segundo Marcos Correa, especialista de fundos imobiliários da Suno Research, existem dois setores principais de FIIs que conseguem ter acesso a ativos atrelados indiretamente a Selic: os fundos de papel e os hedge funds FIIs.
Além da própria Selic, esses segmentos de fundos imobiliários também proporcionam ao investidor a exposição indireta a outros ativos de renda fixa.
Os fundos imobiliários de papel, também conhecidos como fundos de recebíveis ou fundos de CRI, podem possuir ativos atrelados ao CDI ou à Selic, além de possibilitar a exposição a investimentos que acompanham a inflação, por meio do IPCA ou IGP-M, por exemplo.
Já os hedge funds FIIs investem em ativos imobiliários, mas também em ações, derivativos, títulos públicos, etc. São fundos multiestratégia, com um potencial de alcançar ganhos consideráveis, ao mesmo tempo que podem proteger os investidores dos riscos associados a esses investimentos.
Diversificar é o caminho
Independente das opções de fundos imobiliários que se expõem a ativos relacionados à Selic, vale destacar que isso também não impede o investidor de alocar parte do seu capital em renda fixa diretamente, já que não são escolhas excludentes.
A carteira de investimentos mais recomendada para associar rentabilidade e segurança é aquela que possui diferentes tipos de ativos, e dentro de cada uma dessas classes, tem uma diversificação ainda maior em investimentos com características distintas.
Assim, o cotista pode escolher fundos imobiliários que gerem certa exposição à Selic, por exemplo, mas também podem fazer aportes em títulos públicos da renda fixa. Em suma, a diversificação é o caminho ideal para investidores de sucesso.