Ecorodovias (ECOR3): ações caem 7%. Entenda o que aconteceu
As ações da Ecorodovias (ECOR3) caíram 7% nesta segunda-feira (5), após os analistas do Itaú BBA avaliarem a empresa como “market perform“, correspondente a uma recomendação “neutra”.
Os analistas estavam avaliando as ações da Ecorodovias desde setembro, quando retiraram recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 15,60.
O Itaú BBA observa que, apesar da atraente Taxa Interna de Retorno de cerca de 18%, tem uma visão mais conservadora para o estoque, devido a:
- possíveis atrasos no ciclo de flexibilização dificultando uma reclassificação;
- alta alavancagem da Ecorodovias de 4,6x, que deve persistir por algum tempo como resultado de pagamentos de taxas de concessão em 2023 e requisitos substanciais de capex nos próximos anos; e
- falta de gatilhos positivos claros no curto prazo e ventos contrários no reequilíbrio econômico do Ecoporto.
As taxas de juros de longo prazo são o principal impulsionador do desempenho, explicam os analistas.
Além disso, a inflação capex é um risco menor agora para a Ecorodovias, pois os preços das matérias-primas começaram a se acomodar, diminuindo uma possível preocupação entre investidores que a alta alavancagem da Ecorodovias pode sofrer mais pressão.
O Itaú BBA encerra a análise afirmando que acredita haver mais risco negativo para suas estimativas do que o oposto, com risco do ciclo de aperto piorar e/ou durar mais tempo.
Entretanto, há a possibilidade de os números serem surpreendidos positivamente por:
- i) eficiência acima do esperado ou uma deflação em commodities aliviando o capex; e
- ii) um VPL (Valor Presente Líquido) de R$ 600 milhões, proveniente de discussões com os poderes concedentes significaria uma TIR de 2 pontos percentuais maior.
Os analistas têm preço-alvo de R$ 5,5 para as ações da Ecorodovias, hoje cotadas a R$ 4. Desde o início do ano, os papéis têm queda de 45%.