Fundador do Nubank (NUBR33) abre mão de remuneração bilionária; entenda o caso

A Nu Holdings, controladora do Nubank (NUBR33), informou que um de seus fundadores, David Vélez Osorno, decidiu rescindir o Plano de Ações Contingentes de 2021, abrindo mão de um acordo que previa uma potencial remuneração extra.

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Além de fundador do Nubank, Vélez também é presidente do conselho de administração e CEO da companhia.

A decisão da Vélez de solicitar a rescisão do Plano de Ações Contingentes de 2021 considerou vários fatores, sobretudo relacionados à eficiência e diluição.

Detalhes da rescisão

Com a rescisão do Plano de Ações Contingentes de 2021, a companhia não vai precisar mais reconhecer as despesas baseadas em ações relacionadas a ele.

A expectativa é de que isso traga economias no valor agregado de US$ 356 milhões nos próximos sete anos e pode contribuir para o foco da companhia na eficiência, associada ao ambiente macroeconômico em andamento.

A rescisão, segundo a controladora do Nubank, também vai evitar uma potencial diluição dos acionistas da empresa em valor correspondente a até 2% do número total de ações ordinárias em emissão.

David Vélez ainda reforçou seu compromisso de longo prazo com o Nu, além de ressaltar sua confiança de que sua participação equivalente a mais de 20% do capital social da empresa é suficiente para alinhar seu interesse com o de seus acionistas no cenário atual.

O CEO do Nubank disse ao conselho de administração e ao Comitê de Desenvolvimento de Liderança, Diversidade e Remuneração da empresa que abre mão de qualquer nova remuneração em 2022 ou 2023, como os prêmios de incentivo de ações de longo prazo.

Tanto o conselho quanto o comitê em questão concordaram com a rescisão do Plano de Ações Contingentes de 2021, já que ele constitui uma transferência unilateral de valor futuro de Vélez para a Nu Holding.

Assim, a decisão não afeta as funções e responsabilidades do presidente do conselho de administração do Nubank.

Segundo o comunicado, Vélez não chegou a receber nenhum pagamento ou outra contraprestação pela rescisão deste Plano de Ações Contingentes.

Itaú BBA vê ação com bons olhos

Os analistas do Itaú BBA enxergam a atitude de Vélez como um “gesto positivo”. Em relatório enviado ao mercado, os especialistas do banco disseram que não esperam que a iniciativa proporcione benefícios fiscais para o executivo nem para a empresa.

“O CEO mantém uma participação importante na empresa (US$ 4,2 bilhões atualmente) e esperamos que ele continue totalmente envolvido no negócio. Vemos isso como um gesto positivo que provavelmente será bem-vindo pelo mercado”, argumentaram os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard.

Vemos essa atitude como positiva para os acionistas porque reduzirá as despesas em US$ 356 milhões até 2029 (US$ 70 milhões em 2023), o que aumenta a nossa previsão de lucro líquido para 2023 em 15%. Todos os esforços contam no objetivo de melhorar a eficiência.

Como surgiu o Plano de Ações Contingentes de 2021?

Em 22 de novembro de 2021, a controladora do Nubank concedeu a Vélez o direito de emissão de um número de ações ordinárias de classe A igual a 1% do total de papéis da empresa, quando o preço de tal ação fosse igual ou superior a US$ 18,69, mas inferior a US$ 35,30.

Essa emissão também poderia ser feita quando o preço da ação fosse igual ou maior a US$ 35,30.

No Plano de Ações da controladora do Nubank, o valor justo foi determinado pelo modelo de simulação de Monte Carlo, que usa diversas variáveis de entrada para determinar a probabilidade de atender aos requisitos das condições de mercado. A partir disso, esse foi estimado em US$ 423 milhões.

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João Vitor Jacintho

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