Braskem (BRKM5): Roberto Simões vai deixar presidência; Roberto Bischoff assumirá posto

Presidente da Braskem (BRKM5), Roberto Simões vai deixar o comando da empresa no final de 2022. Roberto Bischoff assumirá a liderança da petroquímica em 2023, após ser indicado para o cargo pela Novonor (antiga Odebrecht), acionista controladora do grupo.

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A movimentação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pela Braskem em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda (28).

“A nomeação de Roberto Bischoff será formalmente submetida à aprovação do Conselho de Administração da Braskem. A Braskem e seus integrantes agradecem a Roberto Simões pela convivência e liderança inspiradoras ao longo dos últimos anos”, ressaltou a companhia.

Roberto Bischoff trabalhou na Braskem durante décadas e já foi vice-presidente da empresa. Atualmente, ele é diretor presidente da Ocyan, empresa do setor de óleo e gás controlada pela Novonor.

Simões está há dois anos na presidência da Braskem. A petroquímica está envolvida em um processo sobre a venda de seus ativos, que se arrasta faz alguns meses.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, os sócios da companhia – Petrobras (PETR4) e Novonor – têm feito poucos movimentos para realizar a venda da Braskem.

Em outubro, de acordo com Lauro Jardim, a Unipar (UNIP6) decidiu colocar uma nova proposta para comprar as sete unidades da Braskem (BRKM5) localizadas em São Paulo. No domingo (23), o jornalista disse que a empresa foi “obrigada” retomar suas negociações.

No início de outubro, a gestora americana Apollo aumentou em 25% sua oferta pela compra dos ativos da Braskem. Diante disso, a Unipar está procurando parceiros para a nova oferta. A Braskem disse em comunicado ao mercado que não recebeu oferta da Unipar.

Venda de ativos da Braskem virou novela

Não é a primeira vez que a Unipar faz uma movimentação para comprar os ativos da Braskem. No dia 14 de outubro, a empresa petroquímica divulgou em fato relevante seu interesse de compra, mas sem ter celebrado qualquer documento vinculante. Segundo apuração do Valor Econômico, “a Unipar seguiria interessada nos ativos da Braskem em São Paulo, numa operação com preço equivalente a R$ 60 por ação da petroquímica”.

Na ocasião, a Unipar disse que “é parte de sua rotina avaliar oportunidades de novos negócios à medida que elas se apresentem, estando constantemente estudando oportunidades para investimentos, aquisições e outras alternativas estratégicas que sejam consistentes e compatíveis com seus objetivos”.

Como complemento, a empresa ainda destacou que “uma potencial operação envolvendo a Braskem S.A. é uma das oportunidades avaliadas, não tendo, contudo, sido celebrado qualquer documento vinculante entre a companhia e a Braskem”, afirmou a Unipar em documento oficial.

Em setembro, a notícia era que a J&F estaria considerando realizar uma proposta para a aquisição total da petroquímica.

Já em outubro sites e jornais citaram que a gestora americana Apollo Capital realizou uma oferta para a aquisição da fatia da Novonor.

Apesar das especulações, a companhia desmentiu que teria recebido ofertas para a venda da parcela da Braskem.

Em 3 de novembro, a Braskem (BRKM5) comunicou que apoiará Novonor, uma de suas controladoras, no processo de venda de participação societária que detém na empresa. A petroquímica informou que auxiliará, inclusive, com interações com potenciais interessados.

No mesmo dia, a Braskem recebeu uma correspondência que foi enviada pela controladora Novonor, que está em recuperação judicial, a respeito dos diálogos em andamento para a venda de sua participação na petroquímica.

A Novonor alega que “em função das discussões e análises atualmente em curso para eventual transação e como usual em processos dessa natureza, é possível que seja necessária a interação da Braskem com potenciais interessados, para o que solicitamos o apoio por parte da Braskem e dos seus administradores”.

Apesar disso, a controladora da Braskem informa que, neste momento, não existe qualquer concessão de exclusividade para qualquer interessado, oferta vinculante, assim como qualquer decisão ou definição a respeito da estrutura a ser adotada ou a respeito de qualquer oferta relativa ao processo de venda.

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Possível venda da fatia da Petrobras na Braskem

Também no início de novembro, o Valor Econômico divulgou que, diante da eleição de Lula nas eleições 2022, se tornou incerta a venda da fatia da Petrobras (PETR4) na Braskem. A informação foi apurada por meio de fontes que participam do processo de negociação.

No ano passado, a petroleira entrou em contato com o banco J.P. Morgan para a assessoria na operação.

Em caso de venda de ações da Novonor, a Petrobras poderá — ou não — exercer o direito de preferência de compra da fatia do sócio. Também seria possível negociar sua parte ou seguir no negócio.

Segundo fontes, a estatal tinha interesse em vender a participação se a oferta financeira fosse interessante. Contudo, diante da vitória do petista, que tem posicão contrário a privatizações, há a expectativa de que a Petrobras reavalie o plano de se desfazer da participação.

Braskem teve prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no 3T22

No terceiro trimestre, a Braskem (BRKM5) reportou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão. No mesmo período do ano passado, a empresa tinha apresentado um lucro de R$ 3,5 bilhões. No acumulado do ano, a petroquímica teve lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 1,4 bilhão.

A Braskem afirma que o prejuízo líquido trimestral ocorreu, principalmente, devido ao impacto do menor resultado operacional e à variação cambial no resultado financeiro — diante da desvalorização do real e do peso mexicano do período em relação ao dólar.

receita líquida de vendas da Braskem totalizou R$ 25,4 bilhões entre julho e setembro. Isso representa uma queda de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizaçãorecorrente da petroquímica foi de R$ 1,97 bilhão. Na comparação anual, houve uma redução de 74%.

Segundo a Braskem, essa queda anual aconteceu devido à normalização dos spreads internacionais de PE, PP e PVC no Brasil, PP nos Estados Unidos e Europa, e PE no México; e volume menor de vendas de principais químicos e resinas no segmento Brasil e PP nos Estados Unidos e na Europa.

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Marco Antônio Lopes

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