Copa do Mundo deve atrapalhar desempenho de empresas de maquininhas; entenda os motivos
A Copa do Mundo do Qatar 2022 pode atrapalhar o desempenho de empresas de maquininhas, conforme projeções trimestrais realizadas pela Stone (STOC31) e PagSeguro (PAGS34). A expectativa é de que a soma da perda de processamento das duas empresas possa chegar a até R$ 7 bilhões.
A estimativa da Stone é de que elas deixem de processar até R$ 3 bilhões devido aos jogos da Copa do Mundo. Já a projeção da PagSeguro é que a empresa deixe de processar até R$ 4 bilhões.
Apesar de o final de ano ser geralmente um período mais forte para as empresas de maquininhas, a realização da Copa do Mundo 2022 fora de época pode acabar atrapalhando essas empresas.
A razão para a possível queda no volume de processamento das empresas de maquininhas é justamente que os jogos da seleção brasileira podem gerar uma redução no fluxo de clientes em diversos segmentos de serviços e comércio.
Segundo o CEO do Grupo UOL, que controla a PagSeguro, Ricardo Dutra, disse ao Broadcast Estadão, “O brasileiro presta atenção à Copa do Mundo”.
De igual modo, a Cielo destacou um possível impacto “ligeiramente negativo” dos jogos da Copa do Mundo no volume de processamento das companhias de maquininhas, embora não tenha dito suas projeções em números.
Copa do Mundo e as empresas de varejo
O final de ano é muito esperado pelas empresas de varejo, sobretudo com a chegada do Natal e Black Friday. No entanto, com o advento da Copa do Mundo 2022, as partidas do maior evento de futebol do mundo podem se sobrepor a movimentação do comércio.
Vale mencionar que todas partidas da seleção brasileira na Copa do Mundo da primeira fase acontecerão em dias úteis. Por conta disso, alguns setores do comércio esperam por uma desaceleração, apesar de a venda de televisores ser um fator que pode aumentar as vendas.
Além disso, a Copa do Mundo do Qatar acontece em um período de desafios para o setor de consumo no Brasil. Isso porque o avanço da inflação, somado à alta dos juros no país, acaba comprometendo parte da renda familiar que poderia ser usada no consumo de bens e serviços.
Endividamento das famílias
Esse cenário também se soma ao índice de endividamento do Brasil, que também se encontra em patamares altos.
Segundo um estudo da FecomercioSP, o número de famílias endividadas no país vem registrando um crescimento acelerado, terminando o primeiro semestre de 2022 na casa dos 78%, representando o maior percentual da série histórica para o período desde o ano de 2010.
No ano de 2020, por exemplo, o endividamento das famílias era de 67%. No entanto, foi para 71% no mês de junho do ano seguinte. Sendo assim, mesmo no auge da pandemia, o patamar de endividados no Brasil não era tão grande quanto em 2022.
Com isso, as partidas da Copa do Mundo, inflação e juros altos, além do fator endividamento, são questões que, somadas, podem ser desfavoráveis ao comércio e seu volume de vendas e, consequentemente, ao desempenho das empresas de maquininhas.