Decisão de acordo entre Mercosul e UE ocorrerá após 2020, diz França
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou que o país deverá ratificar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul depois do ano de 2020.
“Por causa de seu teor, que cobre áreas de competência da UE, mas também dos Estados-membros, o acordo será submetido ao conjunto dos países que a integram, no nosso caso, ao Parlamento francês. Será um processo longo, e não imaginamos anunciar a nossa posição antes do fim de 2020”, disse o ministro da França em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”.
Além disso, o ministro afirmou que a França avaliará se os termos estão de acordo com o Acordo de Paris. Conforme o Le Drian, o estudo se concentrará em alguns pontos específicos como:
- aplicação efetiva do Acordo de Paris;
- respeito a normas ambientais e sanitárias;
- e proteção a alas vulneráveis do setor agrícola.
França avaliará as condições sanitárias para aprovar o acordo
Ademais, o jornal questionou ao ministro a resistência do grupo de agricultores e ambientalistas franceses com que protestam o acordo de comércio livre entre UE e o Mercosul. O ministro afirmou que é necessário que o bloco sul respeite as normas sanitária, pois isso é inegociável.
“A França zela fortemente pelo respeito a nossas normas sanitárias, mas não se deve apostar na tárica do medo. Já fazemos trocas com o Mercosul, e os artigos de lá que importamos para UE devem respeitar nossas regras ambientais e sanitárias, que não são negociáveis”, completou o ministro.
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Além disso, Le Drian apontou que esse é um dos fatores decisivos para a ratificação da França.
“Precisamos nos certificar de que os procedimentos de auditoria e controle de lado a lado permitirão isso. Será um dos principais quesitos da nossa avaliação”, completou.
Os protestos na França contam com alguns parlamentares que também se opõem ao tratado. Segundo eles, o acordo permite que o Brasil pratique concorrência desleal, desrespeitando uma série de leis ambientais e trabalhistas.
