Radar: Nubank (NUBR33) lucra US$ 7,8 mi no 3T22, Méliuz (CASH3) avança com IPO da Bankly e analistas mantêm otimismo com a Embraer (EMBR3)

O Nubank (NUBR33) divulgou os resultados do 3T22 nesta segunda-feira (14). A Nu Holdings, sua controladora, obteve lucro líquido de US$ 7,8 milhões, revertendo prejuízo líquido de US$ 34,4 milhões do 3T21.

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O resultado agradou o mercado. As ações do Nubank em Nova York estavam operando em forte alta de 15,4% a US$ 5,05, no after hours.

O lucro do Nubank, refletiu, segundo relatório sobre o resultado do 3T22, “o crescimento contínuo do número de clientes ativos e o aumento do engajamento de clientes, com impacto na expansão da receita, com o aumento da margem bruta e a maior diluição de custos, alavancando nossa plataforma de baixo custo.”

Em termos ajustados, o Nubank teve lucro líquido de US$ 63,1 milhões, contra prejuízo de US$ 1,2 milhão no igual período do ano anterior.

No 3T22, o banco digital apurou 70,4 milhões de clientes, alta de 46% ante o 3T21.

A receita líquida do Nubank somou US$ 1,306 bilhão, com alta de 172% sobre mesma etapa de 2021. Enquanto isso, o lucro bruto atingiu o recorde de US$ 427 milhões, um aumento de 91% em comparação com o 3T21.

A margem bruta, por outro lado, caiu 14 pontos percentuais em comparação com o 3T21, para 33%.

A Receita Média Mensal por Cliente Ativo (ARPAC) do Nubank atingiu US$ 7,9 no 3T22, representando um aumento de 61% FXN (neutro de efeitos cambiais), comparado com o 3T21.

Segundo o Nubank, o aumento da ARPAC foi “impulsionado principalmente pelo amadurecimento das safras de clientes do Nu e pelo lançamento de novos produtos e recursos, além de um crescimento saudável do volume de transações, uma expansão robusta do portfólio sujeito a ganho de juros do Nu e um crescimento do volume de compras e das taxas de intercâmbio relacionadas”.

A Receita de Juros e Ganhos (Perdas) sobre Instrumentos Financeiros foi de US$ 987,3 milhões no 3T22, um aumento de 235% em relação ao 3T21.

A taxa de inadimplência de empréstimos de 15 a 90 dias do Nu aumentou 50 bps (pontos base) trimestre a trimestre, atingindo 4,2%.

A taxa foi alavancada pelo efeito matemático, pois a desaceleração da carteira de crédito pessoal aumenta a inadimplência deste produto e pela deterioração generalizada das tendências macro, segundo a holding.

Além disso, a inadimplência de mais de 90 dias aumentou de 4,1%4 para 4,7%.

Em 30 de setembro de 2022, o Nubank  contabilizava um portfólio sujeito a ganho de juros de US$ 3,5 bilhões, enquanto os depósitos totais eram quatro vezes maiores, atingindo US$ 14,0 bilhões. O índice de empréstimos/depósitos era de 25%.

O custo dos serviços financeiros e transacionais prestados aumentou 242%, ou 242% FXN, comparado com o 3T21, atingindo US$ 879,9 milhões no 3T22. Segundo o Nubank, esse custo representou 67% da receita no 3T22, contra 53% no 3T21.

As despesas operacionais do Nubank totalizaram US$ 421,9 milhões no 3T22, um crescimento de 72% ante o 3T21, mas recuaram para 32% da receita total, contra 51% no 3T21.

“À medida que expandimos nossa carteira de crédito, buscamos otimizar o uso da nossa grande base de depósitos de baixo custo e expandir nossa margem de juros líquida (NIM, na sigla em inglês)”, disse o Nubank. A NIM atingiu 11,1%, contra 7,7% no 3T21.

Cotação do Nubank

As BDRs do Nubank fecharam a segunda-feira (14) em queda de 2,78%, cotadas a R$ 3,84.

Além do Nubank, confira outros destaques desta segunda-feira:

Vale (VALE3) e ‘gigantes da bolsa brasileira’ querem conservar 4 milhões de hectares de florestas

  • A Vale (VALE3), em conjunto com outras grandes companhias brasileiras como o Itaú (ITUB4) e o Santander (SANB11), anunciou que criará uma empresa ‘totalmente dedicada às atividades de restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil’.
  • Chamada de Iniciativa Biomas, o projeto prevê conservar e preservar 4 milhões de hectares de florestas ao longo das próximas duas décadas.
  • A área visada pelo projeto é equivalente ao território da Suíça ou do estado do Rio de Janeiro. Além da Vale, do Itaú e do Santander, fazem parte da iniciativa a Marfrig (MRFG3), a Suzano (SUZB3) e o Rabobank.
  • A iniciativa foi divulgada durante evento realizado na Conferência do Clima, a COP27, no Egito.
  • “Inicialmente chamada de ‘Biomas’, a empresa nasce com planos de restaurar 2 milhões de hectares de áreas degradadas, a partir do plantio de aproximadamente 2 bilhões de árvores nativas, em um modelo de negócios em larga escala”, comunicam as empresas, em conjunto.
  • “A empresa também conservará e preservará 2 milhões de hectares. A expectativa do grupo formado por grandes companhias com presença global é, além dos benefícios ambientais da iniciativa em si, contribuir para estimular o desenvolvimento regional e o fortalecimento das comunidades locais com seu envolvimento na cadeia de valor”, seguem.
  • As companhias destacam que a inciativa Biomas contará com um aporte inicial de R$ 20 milhões de cada sócia, visando um negócio com modelo sustentável também do ponto de vista financeiro.
  • “A aliança lançada na COP27 prevê, entre remoções e emissões evitadas, reduzir da atmosfera aproximadamente 900 milhões de toneladas de carbono equivalente durante o período de duas décadas”, diz a companhia.
  • Segundo o documento das empresas, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a primeira etapa do projeto consistirá em atividades de:
  • Identificação e prospecção de áreas
  • Fomento a viveiros para produção em escala de árvores nativas
  • Engajamento de comunidades locais nas atividades daempresa
  • Discussão sobre aplicação do projeto em áreas públicas
  • Parceria com plataformas de certificação de créditos de carbono e a implementação de projetos pilotos
  • A iniciativa que visa as florestas cita que a partir de 2025 o objetivo é ampliar a escala até alcançar a meta de 4 milhões de hectares de florestas.
  • “Somos parceiros da Biomas porque é uma iniciativa pioneira que amplia os esforços do setor privado brasileiro para gerar impacto socioambiental positivo em escala. A Vale já ajuda na proteção de 1 milhão de hectares, dos quais 800 mil estão na Amazônia. Além da Biomas, a Vale se comprometeu, até 2030, a recuperar e proteger 500 mil hectares de áreas além de suas fronteiras”, disse o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.
  • Sendo um negócio que envolve a criação de uma nova estrutura societária, as companhias que são membros da inciativa, como a Vale e o Itaú, destacam que a conclusão da operação ainda fica sujeita às aprovações regulatórias usuais para este tipo de transação.

Embraer (EMBR3): ações caem 6% após prejuízo no 3T22, mas analistas mantêm otimismo; entenda

  • A Embraer (EMBR3) divulgou os resultados do 3T22 nesta segunda-feira (14). A companhia teve um prejuízo líquido atribuído a acionistas de R$ 160,4 milhões, ante R$ 234 milhões de prejuízo em igual período de 2021.
  • Na visão dos analistas da XP Investimentos, embora o faturamento da Embraer tenha sido fraco, a reafirmação do guidance da Embraer para 2022 foi o principal destaque positivo dos resultados, com melhores indicadores de geração de caixa.
  • “A empresa reiterou suas expectativas de que as margens cheguem ao limite superior da faixa de guidance para este ano, uma indicação positiva dos esforços de redução de custos da empresa, em nossa opinião”, disse a casa.
  • Assim, os analistas mantiveram recomendação de “compra” para as ações da Embraer, com o preço-alvo de R$ 27,50, que implica um upside de cerca de 112% contra o fechamento desta segunda-feira.
  • Para a XP, os pontos positivos do 3T22 da Embraer, foram:
  •  forte desempenho de margem bruta nas divisões Executiva e Serviços & Suporte; e
  • indicações de fluxo de caixa positivo para 2022, com guidance de geração de caixa de US$ 50 milhões ou mais atualizado para US$ 150 milhões ou mais (apoiado por melhores margens e dinâmica de capital de giro).
  • Já os destaques negativos do 3T22 da Embraer foram:
  • receita líquida de US$ 929 milhões, com queda de 3% anualmente e -9% trimestralmente, refletindo em boa parte as vendas mais fracas em geral;
  • posição de dívida líquida de cerca de US$ 1,5 bilhão, implicando em alavancagem (dívida líquida/EBITDA) de 4,5x no 3T22 (vs. 4,7x no 2T22)
  • O prejuízo líquido ajustado da Embraer foi de R$ 93,8 milhões no 3T22, ante R$ 179,7 milhões de prejuízo apurados no 3T21.
  • Com esses números, a Embraer no 3T22 mostrou um prejuízo por ação básico de R$ 0,2184. O mesmo indicador, de forma ajusta, foi de R$ 0,1277 neste trimestre.
  • O Ebitda caiu de R$ 380 milhões no terceiro trimestre de 2021 para R$ 282 milhões no terceiro trimestre deste ano. A margem Ebitda, da mesma forma, encolheu de 7,6% para 5,8% em igual comparativo.
  • O Ebitda ajustado também mostrou retração, porém em menor magnitude, ficando em R$ 485,4 milhões no 3T22, ao passo que em igual etapa do ano anterior foram R$ 410 milhões.
  • As ações da Embraer caíram 6% nesta segunda-feira (14), cotadas a R$ 13.

M. Dias Branco (MDIA3): 3T22 foi positivo, mas há incertezas para os próximos trimestres, diz XP

  • A M. Dias Branco (MDIA3) divulgou os resultados do 3T22 na sexta-feira (11). A empresa registrou lucro líquido de R$ 195 milhões, leve queda de 0,8% em relação aos R$ 196,6 milhões apurados no ano anterior.
  • Na visão da XP Investimentos, os resultados da M. Dias Branco foram positivos, impulsionados principalmente pelo sólido crescimento da receita como resultado de maiores preços e volumes.
  • O Ebitda da M. Dias Branco (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no 3T22 atingiu R$ 333,1 milhões, alta de 16,2% na comparação anual, e ficou 6% acima das estimativas dos analistas da XP.
  • Entretanto, a XP ressalta que, embora o 3T22 da M. Dias Branco tenha sido positivo, há uma maior dificuldade de prever até que ponto as margens chegarão e qual será o Ebitda recorrente da empresa.
  • Existe, segundo a XP, uma falta de visibilidade devido à volatilidade tanto na perspectiva de CPVs (Custo dos produtos vendidos) quanto de volumes/preços.
  • Além disso, a MDIA3 está superando a queda do Ibovespa, principal índice da B3, em cerca de 48% no acumulado do ano, diz a XP. A M. Dias também é negociada no índice EV/EBITDA a 13,2x para 2023, em comparação com sua média de 8 anos de 12,0x.
  • Por causa destes fatores, a XP reiterou a recomendação de “neutro” para as ações da M.Dias Branco.
  • O faturamento da M.Dias Branco de R$ 2,9 bilhões superou as projeções da XP em 14%.
  • O CPV também ficou acima do estimado pela XP, em geral, mas principalmente trigo, maior em 30% vs a projeção da XP, e óleo vegetal, 34% mais alto que o estimado pelos analistas.
  • “Isso levou a margem bruta a ficar 183bps abaixo de nossas estimativas em 28,6% (-100bps A/A)”, completou a casa.
  • O lucro líquido da M.Dias Branco ficou 8% abaixo das estimativas da XP, devido a despesas financeiras acima do previsto.
  • A XP vê que a M.Dias Branco consegue arbitrar preços em períodos de queda das commodities, representando, portanto, uma dinâmica de acréscimo de margens.
  • Para o 4T22 da M.Dias Branco, a casa espera um efeito menor da crise Rússia e Ucrânia no custo do trigo da empresa.
  • Este fator, aliado a uma sazonalidade positiva, e a Copa do Mundo 2022 com o Auxílio Emergencial do governo aquecendo a demanda podem impulsionar as margens da M. Dias Branco, dizem os analistas.
  • As ações da M.Dias Branco subiam 2,56% às 14h39 desta segunda-feira (14), cotadas a R$ 40,10.

Méliuz (CASH3) dá mais um passo para o IPO da Bankly

  • O Méliuz (CASH3) comunicou ao mercado nesta segunda-feira (14) que seu Conselho de Administração deu aprovação para a empresa pedir registro de companhia aberta e listagem no Novo Mercado da Acessopar, operadora da marca Bankly.
  • A Acessopar é uma subsidiária do Méliuz e controladora da marca Bankly.
  • O pedido de registro de companhia aberta (IPO) será na categoria “A”, que permite a emissão de qualquer tipo de valor mobiliário. A categoria de Novo Mercado da B3 é o mais alto nível de governança corporativa da Bolsa.
  • “A companhia informa que a efetiva implementação do Potencial Registro e Listagem depende ainda da conclusão dos estudos para a segregação de suas operações de soluções de pagamento e banking as a service que operam utilizando a marca Bankly, bem como da obtenção das aprovações necessárias, de acionistas e credores, bem como dos órgãos reguladores aplicáveis”, disse o Méliuz no comunicado.
  • O Bankly foi adquirido em 2021 pelo Méliuz por meio de troca de ações. Os acionistas do Bankly, antes chamada Acesso Bank, ficaram com 8% do Méliuz.
  • A aquisição trouxe a aderência de diversos serviços financeiros para o aplicativo do Méliuz, de cashback.
  • O Méliuz afirmou que manterá seus acionistas e o mercado informados sobre quaisquer fatos relevantes relacionados a esse assunto.
  • No 3T22, a receita líquida do Méliuz totalizou R$ 97,8 milhões no 3T22, um aumento de 67% em relação aos R$ 58,7 milhões reportados no 3T21 .
  • “O 3T22 foi o primeiro trimestre com 100% dos números do Bankly consolidados nos resultados do Méliuz, já que obtivemos o controle das operações no final do 2T22. Desta forma, quando analisamos o resultado do 2T22, é importante destacar que ele contempla apenas o resultado do Bankly do mês de junho de 2022”, ressaltou o Méliuz.
  • Do total da receita líquida, R$ 60 milhões foram referentes ao segmento Shopping Brasil, R$ 5,9 milhões do Shopping Internacional, R$ 4,7 milhões em serviços financeiros, R$ 20,8 milhões do Bankly e R$ 6,4 milhões em outros.
  • As ações do Méliuz subiram mais de 10% nesta segunda-feira (14), cotadas a R$ 1,22.

Do Nubank à Meliuz, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Isabella Taglapietra

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