Alckmin anuncia Mantega para a equipe de transição de Lula; confira outros nomes
O vice-presidente eleito e coordenador da transição para o governo Lula, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou que o ex-ministro Guido Mantega vai integrar a equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Além de Mantega, que atuará na área de Planejamento, Orçamento e Gestão, Alckmin também anunciou os nomes para os seis novos grupos técnicos da transição, como o também ex-ministro Paulo Bernardo e a deputada estadual Maria do Rosário.
É prevista para que a equipe de transição do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenha mais de 100 integrantes, entre eles colaboradores, voluntários e técnicos. Outros 50 membros devem ser oficializados no Diário Oficial da União (DOU).
Confira todos os nomes:
Comunicações
Paulo Bernardo, ex-ministro
Jorge Bittar, ex-deputado federal
Cesar Alvarez, ex-secretário do Ministério de Comunicações
Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos formada na Universidade de Columbia
Direitos Humanos
Maria do Rosário, deputada federal
Silvio Almeida, advogado
Luiz Alberto Neuquetti
Janaína Barbosa de Oliveira, representante do movimento LGBTQIA+
Rubens Linhares Mendonça Lopes, do setorial do PT para pessoas com deficiência
Emídio de Souza, deputado estadual (SP)
Igualdade Racial
Nilma Lino Gomes, ex-ministra de Igualdade Racial
Givânia Maria Silva, quilombola e doutora em sociologia
Douglas Belchior
Thiago Tobias, do Coalizão Negra
Ieda Leal
Martius das Chagas, secretário do Planejamento de Juiz de Fora
Preta Ferreira, movimento negro e movimento de moradia
Planejamento, Orçamento e Gestão
Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda
Enio Verri, deputado federal (PT-PR)
Esther Duek, economista e professora da UFRJ
Antonio Correa de Lacerda, presidente do Conselho Federal de Economia
Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas
Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul
Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea
Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai Nacional
Marcelo Ramos, deputado federal (AM)
Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária;
Paulo Okamoto, ex-presidente do Sebrae e do Instituto Lula
Paulo Feldmann, professor da USP
André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alesp)
Mulheres
Anielle Franco, diretora do Instituto Marielle Franco
Roseli Faria, economista
Roberta Eugênio, mestre em direito, pesquisadora do Instituto Alziras e ex-assessora de Marielle Franco
Maria Helena Guarezi, ex-diretora de Itaipu e amiga pessoal de Janja
Eleonora Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Política para Mulheres
Aparecida Gonçalves, ex-secretária Nacional da Violência contra a Mulher
O anúncio de Mantega, além de declarações sobre aumentos de gastos públicos para bancar políticas sociais e promessas de campanha, deixaram o mercado nervoso nesta quinta. O Ibovespa caiu 3,3% e o dólar subiu 4,4%, a R$ 5,3966, em meio à inquietação. Lula comentou em tweet:
Podem ficar tranquilos.
🎥: @ricardostuckert pic.twitter.com/fWQdtXitDM
— Lula (@LulaOficial) November 10, 2022
Lula se encontra com parlamentares e diz que vai dialogar
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu hoje (10) com parlamentares das bancadas aliadas e disse que quer manter diálogo aberto com o Congresso Nacional e com todos os partidos políticos. Lula esteve pela primeira vez no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o gabinete de transição.
“Cada deputado pode ficar certo que vamos conversar com o Congresso Nacional. O Congresso tem todos os defeitos que cada um de nós têm, mas esse país era muito pior quando tinha o Congresso fechado”, disse, em referência ao período da ditadura militar. “É melhor um debate nervoso das divergências nossas, do que o silêncio profundo do medo da baioneta que esse país já enfrentou”, completou.
Lula reforçou, novamente, que a definição dos nomes que coordenarão a transição não significa a ocupação de cargos ou de ministérios no próximo governo e pediu a colaboração de todos no envio de propostas e ideias. “Se alguém quiser contribuir, mandar proposta, por favor, não se sintam excluídos porque não estão na lista de pessoas que estão participando da transição”, disse aos parlamentares. “Cada partido tem um papel importante, estamos começando um processo”, completou.
Ontem (9), Lula teve encontros com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além dos ministros do Supremo Tribunal Federal e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. “Estamos aqui para provar que queremos estabelecer um diálogo entre os partidos políticos”, disse, destacando que também manterá a porta aberta para entidades e movimentos sociais.
O presidente eleito afirmou ainda que quer garantir estabilidade, credibilidade e previsibilidade ao Estado brasileiro e que o Brasil voltará a ser protagonista na geopolítica mundial. Na segunda-feira (14), Lula viaja ao Egito, onde participa da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), e já tem conversar bilaterais agendadas.
Fim da fome
Lula se emocionou ao falar sobre o retorno da fome do Brasil e reafirmou que essa pauta será prioridade no seu governo. “Se quando eu terminar esse mandato cada brasileiro estiver tomando café, almoçando e jantando outra vez, eu terei cumprido a missão da minha vida”, disse. “O fato é que jamais esperava que a fome voltasse nesse país. Quando deixei a Presidência da República imaginava que nos 10 anos seguintes esse país estaria igual a França, Inglaterra, teria evoluído do ponto de vista das conquistas sociais”, completou.
Para o presidente eleito, o Brasil, como terceiro maior produtor de alimentos do mundo e maior produtor de proteína animal, pode garantir comida na mesa dos brasileiros. “Falta compromisso dos governantes com isso que é essencial. Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto, não discutem a questão social desse país?”, questionou, afirmando que também terá uma política fiscal responsável.
Durante seu discurso, Lula ainda falou direto aos manifestantes que estão nas ruas, “inconformados com o resultado eleitoral”, e pediu que voltem para casa, aceitem a democracia. Segundo ele, o seu governo será “para todos”. “Democracia é isso, um ganha e outro perde, é assim em qualquer política”, disse, lembrando que perdeu três eleições para presidente antes de ser eleito em 2002.
Com informações da Agência Brasil