Quarteto do PT é cotado para Fazenda, Casa Civil e Itamaraty, diz portal; veja os nomes
No governo Lula (PT), os nomes cotados para assumir o ministério da Fazenda, Casa Civil e Itamaraty são os de Fernando Haddad ou Alexandre Padilha, Rui Costa e Jaques Wagner, respectivamente, de acordo com informações do G1, publicadas nesta terça-feira (9), no blog da jornalista Andréia Sadi.
Na visão de auxiliares do presidente eleito, o perfil executivo de Costa tende a ir em linha com o que Lula busca. Além disso, Haddad é visto nos bastidores como um dos sucessores do petista, que atende a ideia do político de repetir o modelo de Palocci, no ano de 2002, na Fazenda.
No entanto, o principal desafio de Haddad seria a articulação política e o mercado financeiro. Para driblar esse problema, caso Haddad seja realmente indicado, seria colocar um outro nome mais palatável ao mercado na pasta ou no eventual ministério do Planejamento, que deve ser criado em 2023.
Já Padilha tem uma interlocução maior com o Congresso e com o mercado financeiro. Pelo fato de Lula frequentemente comentar sobre a boa articulação política do deputado, Sadi acredita trazer sinais de que o político pode voltar à Casa Civil, responsável pela articulação com o Congresso.
Jaques, por sua vez, é visto como um dos políticos que conquistaram a extrema confiança do presidente eleito.
O senador da Bahia já atuou na área de Defesa e da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, a pedido de Lula, na crise que causou o impeachment da ex-presidente e no Itamaraty. Segundo fontes ouvidas pelo blog do G1, ele pode ajudar no processo de reconstrução da imagem do Brasil no mercado internacional, uma das pautas prioritárias de Lula durante campanha.
Além disso, o senador Humberto Costa disse em sua página do Twitter, na noite da última terça-feira (8), que vai integrar a coordenação temática da área da Saúde na transição do novo governo, ao lado de José Gomes Temporão, Padilha e Arthur Chioro: “Recebi há pouco a informação da equipe de transição de que fui escolhido para integrar a coordenação temática da saúde. Gostaria de agradecer ao presidente @LulaOficial pelo convite e pela confiança”, escreveu.
Ainda de acordo com Humberto, a coordenação do governo eleito será colegiada e, até o final desta semana, ele deve se reunir para discutir temas estratégicos para a área da Saúde no novo governo.
Senador Humberto Costa, do PT: valores da PEC são falados entre R$ 150 bi e R$ 175 bi
O senador Humberto Costa (PT-PE) confirmou nesta quarta-feira, 9, que os valores que têm sido debatidos pelo novo governo e parlamentares aliados para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição giram em torno de R$ 150 bilhões a R$ 175 bilhões. Segundo ele, a tendência é de que o instrumento trate apenas do Auxílio Brasil, ou Bolsa Família, tirando todo o programa social do teto de gastos do próximo ano.
“A PEC deve garantir o Bolsa Família todo”, afirmou, ao retornar há pouco ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete de transição. Costa é um dos coordenadores escolhidos pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para a área da Saúde.
Como mostrou ontem o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o novo governo tem sobre a mesa duas opções para a formatação da PEC e negocia agora com os líderes do Congresso qual delas teria maior aprovação entre os parlamentares.
O modelo citado por Costa já foi apelidado de “PEC prática”, e carimbaria apenas o Auxílio Brasil, trazendo todo o programa social para fora do teto de gastos. Nesse caso, além dos R$ 70 bilhões adicionais para o programa, a emenda também deslocaria para essa licença especial de despesas os R$ 105 bilhões do auxílio já previstos no orçamento do próximo ano, liberando esse espaço dentro do teto para todas as outras políticas de interesse do novo governo. A destinação do dinheiro, porém, seria discutida em um segundo momento.
O outro modelo, que vinha sendo debatido desde a semana passada, é chamado por alguns parlamentares de “PEC transparente” por trazer os detalhes do caminho do dinheiro. Esse formato de emenda direcionaria valores exatos para as políticas que o novo governo deve recompor ou turbinar.
Além dos R$ 70 bilhões para manter o Auxílio Brasil – ou Bolsa Família – em R$ 600 e ainda pagar R$ 150 por criança de até seis anos, o governo de transição estima a necessidade de pelo menos R$ 22 bilhões para a Saúde, cerca de R$ 9 bilhões para um aumento real de 1,3% ou 1,4% no salário mínimo, além de além de mais recursos carimbados para obras.
Aziz diz que Lula e Pacheco discutiram PEC
O senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou nesta quarta-feira, 9, que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), discutiram hoje a PEC da transição, negociada pela equipe do petista para deixar promessas de campanha fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação. De acordo com o parlamentar, o valor da PEC deve ficar entre R$ 170 bilhões e R$ 175 bilhões.
“Se discutiu a questão da PEC, vamos ver se a gente viabiliza a PEC. O presidente Rodrigo Pacheco se colocou à disposição. Já tem uma PEC na Câmara. A gente quer iniciar pelo Senado e depois mandar para a Câmara”, afirmou Aziz, que participou hoje de uma reunião entre Lula e Pacheco na residência oficial da Presidência do Senado.
“Eu acho que, como houve um compromisso dos dois candidatos ao Palácio do Planalto, Lula e Bolsonaro em relação a manter o Bolsa Família em R$ 600, e o presidente Lula foi além, com os R$ 150 por filho, e tem outras questões, eu acho que em torno de R$ 170, R$ 175 bilhões o valor dessa PEC, se não houver emenda ou coisa parecida”, acrescentou o senador. De acordo com ele, o aumento real do salário mínimo também entra na conta.
Aziz disse que ainda é preciso negociar a PEC com os outros partidos, mas que há “boa vontade” do Congresso com as pautas do novo governo. Pela manhã, Lula se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Os dois também conversaram sobre as tratativas para a PEC da transição. Líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG) confirmou hoje que Lula prefere bancar uma mudança na Constituição para cumprir promessas de campanha. O deputado também voltou a mencionar a possibilidade de se retirar todo o Auxílio Brasil, que vai voltar a se chamar Bolsa Família, do teto de gastos.
Ontem, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, se reuniram e acertaram a participação da legenda de Aziz na transição de governo. Como mostrou o Broadcast Político, Kassab deve indicar Aziz, Carlos Fávaro (MT), Otto Alencar (BA) e Alexandre Silveira (MG), todos senadores próximos a Lula, para compor a equipe da transição, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
Com informações do Estadão Conteúdo