Petrobras (PETR4): governo Lula vai diminuir dividendos? Analistas respondem
O Goldman Sachs rebaixou a sua recomendação para as ações da Petrobras (PETR4) de “compra” para “neutro”. Os analistas justificaram que há um aumento de incerteza em torno das políticas a serem adotadas nos próximos anos.
Na noite de quinta-feira (3), a Petrobras apresentou os resultados dos 3T22, em que anotou lucro líquido de R$ 46,096 bilhões, alta de 48% frente o 3T21.
Além disso, a Petrobras anunciou que pagará R$ 43,7 bilhões em dividendos conforme comunicado extraordinariamente na quinta-feira (3).
Visão do Goldman Sachs
O Goldman Sachs explica sua cautela com incertezas no pagamento de dividendos da Petrobras.
“Os pagamentos de dividendos têm sido um foco dos investidores de petróleo. Mas o presidente eleito e aliados mencionaram sua intenção de diminuir o pagamento de dividendos e promover investimentos em refino e renováveis, áreas em que a Petrobras não tem um histórico significativo”, destacam os analistas.
Entretanto, o GS ainda vê a ação da Petrobras como relativamente barata. Caso o payout de dividendos seja reduzido, pode haver um risco significativo de queda para a sua previsão de linha de base de dividendos.
Assim, o banco vê que que daqui para frente os investidores se concentrarão nas políticas a serem implementadas pelo governo de Lula (PT), a partir de 1º de janeiro.
As políticas poderiam potencialmente mudar o foco do downsizing (venda de ativos) e retornos de capital aos acionistas (dividendos) da Petrobras para novas vias de crescimento e eventuais subsídios para combustíveis.
Por fim, o GS chama atenção para o risco de curto prazo no preço do petróleo, decorrente dos riscos de recessão global, embora estejam otimistas com o preço do petróleo no médio/longo prazo.
BTG também vê riscos com eleição
Para o BTG Pactual, o resultado da eleição do Brasil aumentou a percepção de risco na alocação de capital da Petrobras. A petroleira pode até anunciar uma redução no pagamento de dividendos em breve se houver mudança de rota, gestão e política de distribuição de proventos.
Com o ruído politico em decorrência da mudança de governo, os analistas do BTG se mantem “neutros” em relação à Petrobras.
“Existem aspectos positivos no caso da Petrobras que podem suportar um tom mais otimista na ação, mas também há gatilhos para uma visão ainda mais negativa. Até que possamos avaliar melhor sua estratégia futura, permaneceremos à margem”, finaliza o BTG.
As ações da Petrobras fecharam em queda de 5,51% nesta sexta-feira (4), cotadas a R$ 28,30.