Lula busca nomes técnicos e conhecidos pelo mercado para o Ministério da Fazenda
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito do Brasil para 2023, está buscando nomes técnicos de “grife” para o Ministério da Fazenda, movimento semelhante ao que foi feito em 2002, em seu primeiro mandato como chefe do poder executivo, segundo o jornal O Globo.
O atual Ministério da Economia, do presidente Jair Bolsonaro, deve ter seu nome mudado na gestão Lula, voltando a ter a antiga nomenclatura de Ministério da Fazenda.
A perspectiva é de que a escolha de Lula para o Ministério da Fazenda tenha um perfil político, embora possa ser um nome conhecido pelo mercado financeiro.
As apostas estão voltadas em Felipe Salto para o Tesouro e Bernard Appy como um secretário que pode lidar com a reforma tributária.
O objetivo de Lula é escolher um nome que possa ter uma boa negociação das propostas com o Congresso Nacional, aumentando as chances de aprovação.
Possível nome de Lula para o Ministério da Fazenda
Na gestão de 2002, Lula da Silva havia colocado Antonio Palocci no cargo de Ministro da Fazenda, além de nomes técnicos que o mercado conhecia para assumir funções estratégicas no ministério.
Atualmente, o nome que começou a circular entre a ala petista para assumir como secretário do Tesouro Nacional é o secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto.
Salto compõe a equipe de Rodrigo Garcia (PSDB) que, por sua vez, apoiou Jair Bolsonaro para presidente no segundo turno.
Apesar disso, Felipe Salto já havia manifestado seu voto em Lula desde o primeiro turno das eleições 2022, além de apresentar uma boa relação com economistas ligados ao Partido dos Trabalhadores.
Ele já atuou como diretor-geral da Instituição Fiscal Independente (IFI), além de ser um dos nomes mais conhecidos do mercado na temática de contas públicas.
No ano de 2003, o nome escolhido por Lula para a função de secretário do Tesouro foi Joaquim Levy.
Posteriormente, Levy assumiu como Ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, assim como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na gestão Bolsonaro.
Mercado acompanha indicações de Lula, enquanto preocupações fiscais ainda estão no radar
Apesar da intenção de Lula de aumentar os gastos públicos do Brasil, o presidente eleito para 2023 também pondera em manter uma imagem de preocupação com o equilíbrio fiscal do país.
Nesse cenário, o nome de Bernard Appy é cotado para o comando de alguma secretaria, com o objetivo de ter avanços na proposta de uma reforma tributária.
Apesar disso, ainda não se sabe qual secretaria poderia ser assumida por Appy durante o governo Lula, já que seu nome vem sendo cotado até mesmo para a Receita Federal.
Bernard Appy já trabalhou na Secretaria de Política Econômica e na Secretaria Extraordinária de Reformas Econômico-Fiscais, sendo os dois relacionados ao Ministério da Fazenda nos governos anteriores de Lula.
Atualmente, Appy atua como diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF). Além disso, foi um dos autores da PEC 45, que inclui uma das propostas de reforma tributária que vêm sendo mais debatidas nos últimos anos.
Com a defesa já manifestada pelo Partido dos Trabalhadores para a Proposta de Emenda à Constituição 45, a proposta pode ter maiores chances de avançar, sobretudo com uma eventual indicação de Bernard Appy por Lula.