IPCA-15 sobe acima do esperado em outubro na variação mensal; acumulado no ano é de 6,85%

O IPCA-15, considerado a prévia da inflação, mostrou uma alta acima das projeções nesta terça-feira (25), subindo 0,16% na variação mensal. O consenso de mercado mirava 0,05% de alta.

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Desta forma, o IPCA-15 anualizado (12 meses) fica em 6,85%, também acima das projeções, que miravam 6,75%. Somente em 2022, a prévia da inflação sobe 4,8%.

Além disso, os dados vêm em meio a um contexto de dos meses consecutivos de deflação.

“A surpresa foi puxada sobretudo por itens voláteis como alimentação e passagem aérea. Já os núcleos e serviços subjacentes vieram abaixo do consenso, o que é uma boa notícia para o Banco Central”, comenta Carlos Macedo, economista e especialista em alocação de investimentos da Warren.

“Em resumo, o número cheio foi pior do que o qualitativo e não deve modificar o cenário base de manutenção da taxa de juros para a reunião do Banco Central amanhã”, acrescenta.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que somente os grupos de Transportes, Comunicação e Artigos de residência recuaram em outubro. A queda no segmento de transportes, contudo, ficou menor do que a registrada no mês anterior.

Entre as variações positivas, que puxaram a alta do IPCA-15, estão o grupo de Saúde e cuidados pessoais, que contribuiu com 0,10 pontos percentuais (p.p.) do índice e tiveram alta de 0,8%.

O IBGE destaca que essa aceleração foi influenciada por reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos planos de saúde contratados antes da Lei nº 9.656/98 e com vigência retroativa desde julho.

Já o principal fator que puxou o índice para baixo foi a gasolina, que impactou em 0,29 ponto percentual e teve uma queda de 5,92% no preço.

A meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC) para 2022 é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ser para baixo ou para cima.

Como funciona o IPCA-15

Considerada a prévia do IPCA, o índice difere da inflação oficial por conta do período de coleta e na abrangência geográfica.

O IBGE coleta preços do período de 15 de setembro a 13 de outubro de 2022 e faz comparação com aqueles vigentes de 13 de agosto a 14 de setembro de 2022.

Dentro dos cálculos do IPCA-15, o IBGE considera as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. Veja os resultados completos no Sidra.

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Eduardo Vargas

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