Ministro italiano da agricultura diz ser contra acordo com Mercosul

Segundo o ministro italiano da Agricultura, Gian Marco Centinaio, os agricultores de seu país não concordam com o acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul. Para ele, aceitar o tratado é o mesmo que “apontar uma arma para a cabeça” do setor agrícola da Itália.

Em entrevista, o ministro afirmou que está muito preocupado com o possível fechamento do acordo UE-Mercosul. Entretanto, disse que acredita que o governo italiano não irá aceitar o tratado.

O ministro da agricultura ainda insistiu na ideia de que o acordo é uma ameaça aos europeus. “Haverá uma invasão de produtos”, afirmou Centinaio.

Veja também: Mercosul respeitará as normas alimentares da UE, diz comissário europeu

França também se opõe ao acordo

No dia 29 de junho, Christiane Lambert, chefe do sindicato dos agricultores da França, afirmou em uma rede social que o acordo com o Mercosul era inadmissível. “É inaceitável a assinatura de um acordo UE-Mercosul que estabelece concorrência desleal aos agricultores europeus e uma farsa total aos consumidores”, declarou.

O porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiayeapós, também disse, no dia 2 de julho, que a França não está preparada para autorizar o acordo de livre-comércio entre UE-Mercosul.

A França, desde o começo, mostrou pouca empolgação com o acordo internacional, que é o maior já feito pelo bloco europeu.

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O governo francês, assim como o italiano, tem medo dos efeitos que o tratado pode levar ao seu fundamental setor agrícola. Sendo assim, esta área poderia ser afetada pela entrada de diversos produtos sul-americanos no mercado.

Os fazendeiros franceses dependem muito dos subsídios europeus. Dessa forma, eles trabalham organizados em propriedades de família, que geram uma renda razoável.

Mudança nas normas UE-Mercosul

Durante esta segunda-feira (15), o comissário de Agricultura da União Europeia, Phil Hogan, disse que os países do Mercosul irão respeitar as normas alimentares do bloco europeu.

Hogan assegurou que os sul-americanos não irão exportar nenhum produto que não estejam de acordo com os padrões da UE. “Garantimos que não teremos nenhum produto entrando na União Europeia vindo dos países do Mercosul que não cumpram os padrões alimentares da UE, bem como a ambição climática e ambiental”, afirmou.

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Juliano Passaro

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