Cosan (CSAN3) afunda 15% em 2 dias após compra de fatia da Vale (VALE3); veja análises

Após a Cosan (CSAN3) comprar uma fatia de 5% da Vale (VALE3) e movimentar o noticiário econômico da semana anterior, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) reiteraram seu otimismo com os papéis, apesar de preferirem se expor à companhia ‘por meio de suas subsidiárias no curto prazo‘.

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A recomendação da casa é de compra para as ações da Cosan, com preço-alvo de R$ 39.

“Crescer em diferentes setores faz parte do DNA da Cosan. E aceitar isso é fundamental para entender a tese do investimento. O negócio é mais um passo da Cosan em direção a setores de forte importância para a transição energética global, e a Vale oferece uma combinação rara de oportunidades de desbloqueio de valor no ciclo de commodities. Os desafios são muitos, mas vemos a Cosan como uma das poucas holdings capazes de aproveitar tais oportunidades”, dizem os analistas do BTG Pactual sobre CSAN3.

Segundo a casa, o foco “será de extrema importância para o sucesso deste novo passo”, mas há estimativa de que o processo corra bem em decorrência da estrutura e cultura corporativa da empresa.

“Seguimos otimistas com a CSAN e a vemos como uma forte história de geração de caixa em nossa cobertura”, diz o BTG.

Os analistas também destacaram a compra da Vale pela Cosan como uma “surpreendente reviravolta” e reiteraram que a operação pode sofrer mudanças, já que a participação acionária em VALE3 pode aumentar para 6,5% por meio de uma estrutura de derivativos adicional, que depende principalmente da aprovação do CADE.

“O valor da transação, supondo que a CSAN eventualmente converta todos os derivativos em ações da VALE3, pode chegar a surpreendentes R$ 22 bilhões (ou quase 2/3 do valor de mercado da Cosan)”, destaca o BTG.

Credit Suisse não vê mudança de valor

Com visão neutra, os analistas do Credit Suisse destacam que a transação ‘não cria ou destrói valor por si só’.

“O assunto principal, realmente, é a materialização deste negócio irá afetar a exposição ao risco da Cosan, especialmente por conta dos custos financeiros”, diz o banco.

Além disso, os analistas da casa destacam que a influência na Vale pode ser limitada e não há sinergia clara entre os dois grupos.

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Goldman Sachs vê risco em compra feita pela Cosan

Os analistas do Goldman Sachs destacaram que, no atual valor de mercado da Vale de US$ 67 bilhões, a transação implica um valor de aproximadamente US$ 3,3 bilhões, ou seja, cerca de 51% do valor de mercado da Cosan.

“Os principais riscos, em nossa opinião, incluem níveis mais altos/abaixo do esperado de atividade, preços locais do Brent mais altos, mudanças maiores do que o esperado na produção, risco cambial, intervenção governamental na precificação da gasolina/diesel”, diz o relatório.

O Goldman Sachs tem recomendação neutra para as ações CSAN3, com preço-alvo de R$ 23,40.

Desempenho de CSAN3 após compra da Vale

Desde que a compra foi anunciada, os papéis da empresa caíram 8,7% na sexta (7) e recuaram mais de 7,5% nesta segunda (10) – liderando quedas do Ibovespa.

No acumulado do ano, a Cosan cede cerca de 27%.

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Eduardo Vargas

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