Fundo é zerado após tombo de 90%; entenda o que aconteceu
O TT Global, fundo de investimentos que viu seu patrimônio derreter quase 90% em um ano, foi zerado na última quarta-feira, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os últimos três cotistas do fundo resgataram o patrimônio de R$ 9,7 milhões que restavam no veículo.
O fundo atualmente tem zero reais em carteira e nenhum investidor. Ainda não é possível saber o que a gestora TT Investimentos fez com os veículos offshore que mantinha.
Entenda a trajetória do fundo
No dia 9 de setembro, uma carta assinada por Arthur Fraga, fundador da TT Investimentos, começou a circular com a informação de que uma aposta equivocada no mercado de ações dos EUA levou a uma queda de cerca de 90% de valor em um fundo da gestora.
Fraga, que é sobrinho de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e também cotista do fundo, admitiu que montou uma posição arriscada no fundo, por meio de compra e venda de opções da empresa americana Clarus Corporation, que produz de equipamentos de montanhismo a armamentos.
“Até uma semana atrás a operação estava caminhando bem, mas há cinco dias, para sair da operação, tive de alavancar o fundo por alguns dias”, explicou Arthur.
Ao fazer isso, segundo ele, o custodiante do fundo tirou a margem de garantia, o que o obrigou a liquidar a posição em dois dias, gerando “perdas irreparáveis”.
“Não sei onde começar a pedir desculpas”, disse.
Conforme dados da CVM, o fundo tinha, em junho de 2021, um patrimônio de R$ 73 milhões.
Além da Clarus, que era sua maior posição, o fundo tinha posição em empresas como o grupo Disney e até mesmo a XP, que é listada nos EUA, segundo dados mais recentes disponíveis, referentes ao fim de 2021.
Arhur Fraga disse que ele “não apenas perdeu dinheiro”, mas também acabou com sua carreira.
“Mais de 95% do meu patrimônio e dos meus sócios estava no fundo“, disse ele, na carta.
